Guerra em Gaza já matou ou feriu mais de 50 mil crianças. “Sombra” morto por Israel

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Haitham Imad / EPA

Criança palestiniana ferida nos ataques aéreos israelitas na Faixa de Gaza

Segundo a UNICEF, mais de 50 mil crianças já terão sido mortas ou feridas no âmbito da ofensiva militar de Israel contra Gaza, iniciada em outubro de 2023. Esta quarta-feira, Benjamin Netanyahu reivindicou a morte de líder do Hamas.

“No total, mais de 50 mil crianças podem ter sido mortas ou feridas desde outubro de 2023″, declarou, esta quarta-feira, o diretor regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para o Médio Oriente e Norte de África.

Edouard Beigbeder questionou: “Quantos mais corpos de crianças serão necessários? Que nível de horror é necessário transmitir em direto até a comunidade internacional atuar, usar a sua influência e tomar medidas ousadas e decisivas para pôr fim a este massacre implacável contra crianças?”

O representante da agência da ONU informou que – desde 18 de março, data em que Israel rompeu o cessar-fogo acordado em janeiro com o movimento islamita palestiniano Hamas e retomou as operações militares no enclave – 1.309 crianças morreram e outras 3.738 ficaram feridas.

O diretor regional da UNICEF denunciou ainda que dois “ataques atrozes” de Israel no fim-de-semana “fornecem ainda mais provas do preço incalculável que as crianças da Faixa de Gaza estão a pagar por causa desta guerra implacável”.

“Na sexta-feira, vimos vídeos dos corpos queimados e desmembrados dos filhos da família Al Najar enquanto eram retirados dos escombros da sua casa em Khan Yunis. De 10 irmãos com menos de 12 anos, apenas um sobreviveu, sofrendo ferimentos graves”, disse Beigbeder, referindo-se à morte de nove filhos de uma destacada médica palestiniana, Alaa al Najar, num bombardeamento que visou a casa da pediatra.

Beigbeder denunciou ainda “as graves violações contra crianças, o bloqueio da ajuda humanitária, a fome, a constante deslocação forçada, bem como a destruição de hospitais, sistemas de água, escolas e lares”, situações observadas no enclave palestiniano.

“Estamos perante a destruição da própria vida na Faixa de Gaza”, criticou.

“A UNICEF exorta mais uma vez todas as partes em conflito a acabar com a violência, a proteger os civis, incluindo as crianças, a respeitar o direito internacional humanitário, a permitir a entrega imediata de ajuda humanitária e a libertar todos os reféns”, afirmou ainda o representante.

Netanyahu reivindica morte de líder do Hamas

Benjamin Netanyahu anunciou que Israel matou Mohammed Sinwar – conhecido como “Sombra” e considerado o líder do movimento islamita palestiniano Hamas em Gaza, desde a morte do seu irmão Yahya Sinwar.

“Eliminámos Mohammed Sinwar”, anunciou o primeiro-ministro israelita, esta quarta-feira, durante uma sessão parlamentar.

Mohammed Sinwar era o líder do movimento islamita palestiniano Hamas em Gaza. Substituiu Yahya Sinwar – cérebro do 7 de outubro – que foi morto um ano depois.

Segundo relatos dos meios de comunicação israelitas, um ataque militar, realizado a 13 de maio em Khan Younis, teve como alvo Mohammed Sinwar.

Quem é “Sombra”?

Mohammed Sinwar tinha cerca de 50 anos, e era menos conhecido pelos serviços de segurança de Israel. Ao contrário do irmão, não passou um tempo significativo na prisão israelita.

Nasceu no campo de refugiados de Khan Younis em 1975, depois de a sua família ter sido deslocada na sequência da guerra israelo-árabe de 1948.

“Sombra” terá sido, de acordo com as autoridades israelitas, um dos responsáveis pelo rapto de um soldado israelita em 2006, que lhe valeu a libertação do seu irmão numa troca de prisioneiros em 2011.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Francamente, este tipo de propaganda é de rir se não fosse tão sério. Olhem bem as caras das pessoas em Gaza e compara os com as vitimas do Sudão. Gaza = bem alimentados, mas se houver uma criança doente, naturalmente está no centro da fotografia.
    Sudão: Uma verdadeira tragédia, causada por conflitos entre islamitas. Aí vê-se a cara da fome !
    A propaganda pro-palestina de apenas alguns esquerdistas não olha para isso, eles tem outra agenda.
    Com isso não aprovo o papel de Israel, mas compreendo bem a sua agonia é claro que estamos a ser enganados constantemente pela máquina de propaganda dos coitadinhos dos palestinianos.
    Porque é que não libertam os reféns?

  2. O hamas está desesperado…. vão tirando números do chapéu. Agora que lhes cortaram acesso a comida e passaram a dar directamente a população o que levou o amigo António Costa ficar chateado do hamas não controlar ajuda humanitária.

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