O decreto-lei do Governo permite deslocações necessárias para a guarda partilhada dos filhos, mas a Associação para a Igualdade Parental considera que a criança deve circular o menos possível.
O decreto do Governo prevê a possibilidade de os pais que estejam em regime de guarda partilhada poderem circular, mas, por uma questão de saúde pública, a Associação para a Igualdade Parental aconselha que as crianças “transitem entre residências o menor número de vezes possível”.
Ricardo Simões, presidente desta associação, considera que os progenitores devem fazer “acordos extraordinários” durante o estado de emergência. Por isso, pede aos pais que “tenham o mínimo de bom senso e reduzam a probabilidade de contágio“.
À TSF, o responsável referiu o importante papel das redes sociais neste processo para encurtar a distância. Além disso, aconselhou os pais a colaborar entre si: “Por exemplo, um pode ir às compras, comprar medicamentos e entregar à casa. Isso também passa uma mensagem à criança. Estamos numa situação extraordinária, a criança está com medo e, se vir que os pais estão a cooperar um com o outro, passa uma mensagem positiva e dá-lhe mais segurança”.
No entanto, ao contrário do que seria de esperar, a Associação para a Igualdade Parental refere que o decreto do Governo, que concretiza o estado de emergência em Portugal, veio trazer ainda mais conflitos parentais. “Esta clarificação do governo, sem ter acautelado um conjunto de outros pormenores, está a causar mais problemas e conflitos parentais.”
Ainda assim, Maria Perquilhas, juíza do Tribunal de Família e Menores de Lisboa, considera que este é o momento “de os pais serem verdadeiramente pais e colocarem o superior interesse dos seus filhos e da própria comunidade acima dos seus interesses de pai e de mãe”.