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Greve dos motoristas: O “amor postiço” pelo interior do país e o “bombeiro” Pedro Nuno Santos

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Carlos Barroso / Lusa

Luís Marques Mendes

Luís Marques Mendes acredita que o Governo “desvalorizou” o pré-aviso de greve, mas elogiou o ministro Pedro Nuno Santos. “Foi uma espécie de bombeiro de serviço, mas foi um bombeiro competente.”

“Geriu mal antes da greve. Geriu mal o início da greve e geriu francamente bem o final da greve”, resumiu Luís Marques Mendes aquela que foi, no seu entender, a atuação do Governo na greve dos motoristas de matérias portuguesas que assolou o país na semana passada.

O ex-líder do PSD defendeu, no seu habitual espaço de comentário na SIC, que o que o Governo “fez no final, podia ter feito no início”, referindo-se ao acordo que mediou entre os motoristas e patrões e que pôs fim à greve.

Para Luís Marques Mendes, O Governo “desvalorizou” o pré-aviso de greve, sendo que podia ter mediado este conflito nos dias anteriores. “Podia conseguir ou não conseguir resultados, mas tentava”, afirmou este domingo à noite.

Além disso, o comentador considerou que o Governo podia ter tido “um plano de intervenção mais eficaz, por exemplo, se plano de racionamento de combustível tivesse sido anunciado mais cedo podia ter evitado problemas maiores”.

“É muito a maneira de ser deste Governo e sobretudo a imagem de marca deste primeiro-ministro, que é sempre desvalorizar, naquele otimismo que o caracteriza”, acrescentou, citado pelo Observador.

Em relação aos serviços mínimos, que previam apenas o abastecimento das cidades de Lisboa e Porto, Marques Mendes considerou ser um “absurdo completo”. “E o resto do país? São este políticos que mais falam de descentralização e regionalização e que mais defendem o interior, mas, como se vê, é um amor postiço.”

No entanto, nem tudo mereceu um parecer negativo. A atuação do Governo na fase final foi elogiada por Marques Mendes. “Agiu francamente bem, mas há que dizer que agiu no limite.”

Para o comentador político, o ministro Pedro Nuno Santos “foi uma espécie de bombeiro de serviço mas foi um bombeiro competente”. “O Governo bem pode agradecer-lhe.”

Todavia, num balanço final, Luís Marques Mendes destaca que esta greve foi uma grande lição: “Por um lado, o pais está vulnerável, como se vê. Por outro, continua a ter esta tendência para só investir em obras de fachadas, naquilo que enche o olho”.

Por fim, sublinhou a necessidade de uma solução “mais eficaz” – a de ser construir um oleoduto para o abastecimento de combustível ao aeroporto de Lisboa.

“Proibição das PPP será um erro de palmatória”

Luís Marques Mendes referiu que se o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sentir necessidade de vetar a proibição das Parcerias Público-Privadas, será “um erro de palmatória do Governo”.

“Primeiro por ser um erro estratégico. A grande questão na Lei de Bases não é proibir ou impor as PPP. Deve deixar em aberto. Quem tem de tomar a decisão é cada governo que esteja em funções no momento”, explicou, citado pelo Expresso.

Para o comentador, a Lei de Bases da Saúde “deve ser realista, abrangente e flexível”. Por esse motivo, se se optar por uma proibição expressa das PPP, “é muito provável que o Presidente vete a lei. Será um erro tático do Governo, porque já tem uma série de frentes de luta e está em dificuldades. Comprar uma guerra com o PR nesta altura, é um erro”.

Além de a proibição das PPP ser, para Marques Mendes, “uma vitória do Bloco de Esquerda”, constituirá também “uma derrota do PS, que comete um erro eleitoral, porque não vai ganhar um voto à esquerda e vai perder votos ao centro no eleitorado moderado”.

ZAP //

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