As ligações fluviais entre Lisboa e a margem sul do Tejo são hoje de manhã asseguradas apenas por serviços mínimos, já que a adesão à greve da Transtejo é de 70% a 80%, disse à Lusa fonte sindical.
De acordo com o representante da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), José Augusto Oliveira, apenas uma das tripulações da Transtejo está hoje a trabalhar, tendo todas as outras aderido à greve.
“Nas carreiras do Seixal e do Montijo e na Trafaria, a adesão é total”, embora os trabalhadores estejam a efetuar as carreiras que foram definidas pelos serviços mínimos.
“Em Cacilhas, das sete tripulações previstas, há uma que furou a greve”, acrescentou.
Os trabalhadores da Transtejo iniciaram hoje uma greve de 24 horas, com início à meia-noite, sobretudo contra os cortes salariais previstos no Orçamento do Estado para 2014.
O grupo Transtejo avisou que, devido à greve, não vai poder garantir o serviço de transporte fluvial em condições de normalidade, mas anunciou que existem serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social.
O recurso à greve foi explicado no domingo pelo secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, com três razões.
Em primeiro lugar, enumerou, os trabalhadores pretendem combater “uma violação grosseiríssima que a administração da empresa e também o Governo estão a fazer relativamente ao acordo de empresa”, com o objetivo de “reduzir a retribuição” salarial.
Mas o protesto quer também “defender o serviço público e, acima de tudo, contrariar uma lógica (…) de privatização destas empresas”, através da “entrega da gestão à iniciativa privada”, realçou o líder sindical.
O terceiro motivo, acrescentou o sindicalista, é o Orçamento do Estado para 2014 e “a violência” dos aumentos de impostos e dos cortes nos salários, nas pensões e nos direitos que nele estão previstos, que têm provocado uma “ampliação da angústia e do medo” no país e nas famílias.
As ligações em todas as carreiras da Transtejo começaram a parar na noite de domingo e devem regressar à normalidade depois das 00:00 do dia 26 de novembro, terça-feira.
A ligação entre Cacilhas (Almada) e o Cais do Sodré é que tem prevista a realização de mais carreiras de serviços mínimos ao longo do dia de greve, em ambos os sentidos, no período de hora de ponta da manhã e da tarde.
Na ligação entre o Montijo e Lisboa está prevista a realização de cinco carreiras ao longo dia, três no sentido Montijo/Cais do Sodré e duas em sentido inverso, enquanto na ligação do Seixal apenas se devem realizar quatro carreiras, três no sentido Seixal/Cais do Sodré e um em sentido inverso.
Na carreira entre a Trafaria e Belém não está previsto nenhum serviço mínimo.
/Lusa