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Granadeiro afirma que não havia indícios que permitissem suspeitar de problemas do GES

telecom.pt

Henrique Granadeiro, 70 anos, ex-presidente Executivo da Portugal Telecom

Henrique Granadeiro, 70 anos, ex-presidente Executivo da Portugal Telecom

O antigo presidente da Portugal Telecom (PT), Henrique Granadeiro, disse esta quarta-feira que não havia indícios de que existissem “problemas com sociedades do Grupo Espírito Santo (GES), nomeadamente a Rioforte”, quando a operadora investiu 897 milhões de euros.

“Não existia qualquer elemento que permitisse concluir ou suspeitar de existência de qualquer situação que pudesse colocar em risco o investimento realizado”, declarou Granadeiro na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.

Partiu do BES a “sugestão do investimento na Rioforte”, acrescentou ainda o responsável, referindo que o antigo administrador financeiro do BES, Amílcar Morais Pires, geria o financiamento e tinha o “dever reforçado de saber que informações foram deliberadamente omitidas à PT”.

O antigo presidente da Portugal Telecom (PT) Henrique Granadeiro disse ainda que as operações de tesouraria na empresa “não foram nem podiam ter sido ocultadas” devido às regras de governação e aos vários órgãos de controlo.

“As operações de tesouraria não foram nem podiam ter sido ocultadas dos diversos órgãos internos e externos da sociedade”, vincou Henrique Granadeiro na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES).

Vários documentos, de “natureza legal e corporativa, nomeadamente relatórios e contas”, mereceram sempre o “parecer favorável da comissão de auditoria, entretanto criada, em 2007, e que foi um enorme contributo para a supervisão e controlo das contas” da PT, acrescentou o responsável.

Quem tramou a PT?

Granadeiro começou a ser ouvido no Parlamento pelas 16h10 e arrancou a sua presença na comissão de inquérito BES/GES com uma longa declaração inicial na qual tem traçado uma retrospetiva do relacionamento da PT com o banco e o grupo outrora liderados por Ricardo Salgado.

O antigo presidente executivo e também chairman (presidente do Conselho de Administração) da PT terá de enfrentar perguntas dos deputados sobre a relação da operadora com empresas do GES, nomeadamente o já por si abordado investimento de 897 milhões de euros em dívida da Rioforte.

Entre 15 e 17 de abril, a PT SGPS e a PT Finance renovaram as aplicações na Rioforte no valor de 897 milhões de euros, valor que nunca chegou a ser reembolsado, o que teve consequências no processo de fusão da PT com a brasileira Oi.

A comissão de inquérito teve a primeira audição a 17 de novembro passado e tinha inicialmente um prazo total de 120 dias, até 19 de fevereiro, mas foi prolongado por mais 60 dias.

Os trabalhos dos parlamentares têm por objetivo “apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades”.

/Lusa

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