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Graça Freitas assume fadiga pandémica e não esconde que “algumas pessoas vão ficar sem vacinas”

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Tiago Petinga / Lusa

A elevada procura da vacina contra a gripe vai fazer com que nem todos consigam ser vacinados, mas a diretora-geral da Saúde assegura que os mais de dois milhões de doses abrangem a “grande maioria” dos grupos de risco.

Milhares de utentes dizem que não conseguem vacina contra a gripe, uma situação que Graça Freitas atribui à elevada procura e ao facto de, neste momento, o acesso ao centro de saúde poder ser mais difícil.

Mas a vacina vai continuar a ser administrada: “Neste momento já temos 1,8 milhões de doses entregues nos centros de saúde”, disse a diretora-geral da Saúde em entrevista à agência Lusa.

As autoridades estimam que cerca de 1,3 milhões de vacinas já tenham sido administradas, havendo ainda meio milhão por aplicar.

Falta ainda receber a última tranche, de 270 mil vacinas, que deverá chegar entre o final de novembro e o princípio de dezembro, um prazo que as autoridades estão a tentar antecipar.

“Como há uma grande procura, algumas pessoas vão ficar sem vacina, é óbvio que sim, basta fazer contas. Nós temos mais pessoas nestes grupos etários e nestes grupos de risco do que aquelas vacinas que o país conseguiu comprar, mas isso tem a ver com a disponibilidade de vacinas que havia a nível mundial”, explicou Graça Freitas.

O Serviço Nacional de Saúde conseguiu um pouco mais de dois milhões de doses de vacinas, a somar às cerca de 500 mil no setor privado.

Contudo, nunca se vacinou tanto “em tão poucas semanas” como em qualquer outra época da gripe, apesar de todos os constrangimentos causados pela pandemia de covid-19. “Nos outros anos costumamos vacinar cerca de 200 mil pessoas na primeira semana de vacinação e neste vacinamos 300 mil pessoas”, elucidou Graça Freitas.

A última época gripal foi o ano em que se vacinou mais em Portugal, com a taxa de vacinação a ser das melhores da Europa nos idosos. Nos anos anterior, eram compradas cerca de 1,5 milhões doses de vacinas.

Fomos expandindo a nossa compra paulatinamente ao longo dos anos porque havia capacidade para vacinar cada vez mais pessoas, sendo que houve anos no passado em que a adesão à vacinação não foi assim tão grande e, neste momento, é superior a 65%”, adiantou a diretora-geral.

A expectativa para 2020 sem covid era na ordem dos 1,6 milhões de doses de vacina, que são encomendadas com muita antecedência.

“Este ano quando houve a questão da covid, fomos rapidamente ver se conseguíamos comprar mais doses – porque termos um inverno com duas doenças ao mesmo tempo não seria o cenário melhor – e, na altura, conseguimos trazer para o SNS mais de 400 mil doses e foi tudo o que nós conseguimos encontrar no mercado disponível”, afirmou.

Durante a pandemia, Graça Freitas, que coordenou durante vários anos o Programa Nacional de Vacinação, fez vários apelos aos pais para não deixarem de vacinar os filhos, pedidos que surtiram efeito.

Houve quebras no início da pandemia, na fase do confinamento, mas na última avaliação que fizemos já tínhamos recuperado essa quebra e já estávamos com taxas de cobertura ao nível dos outros anos e, nalguns casos, até superior”, disse.

Relativamente à vacina contra a covid-19, Graça Freitas afirmou que o Infamed tem um papel preponderante, mas que a Direção-Geral da Saúde criou uma Comissão Técnica de Vacinação que define, entre outras situações, os grupos de risco a vacinar.

Segundo a diretora-geral, há duas formas de se ponderar os grupos de risco, sempre na lógica de que deve ser vacinado primeiro quem mais beneficiar da vacina: os doentes e as pessoas mais velhas. Há ainda um outro grupo “muito importante”, que são os profissionais da saúde e os cuidadores que tratam populações vulneráveis.

“Portugal está em mecanismos para várias vacinas, mas não temos a certeza de qual vai ser a primeira a chegar ao mercado”, disse Graça Freitas.

Fadiga Pandémica

A diretora-geral da Saúde reconhece que o facto de haver muitos emissores de informação sobre a covid-19, pode confundir as mensagens e baralhar o público, ajudando à fadiga pandémica. “Neste momento a informação que lidera não é a da DGS, por muito estranho que isto possa parecer. Nenhuma de nós fala de como é que se pilota um avião, mas toda a gente sabe como é que se trata a pandemia”, afirmou numa entrevista à Lusa.

Graça Freitas reconhece que no início da pandemia “foi mais simples” comunicar, pois a DGS e o setor da saúde “é que sabiam dos planos de contingência e das medidas a tomar e ainda porque as pessoas estavam ávidas de ouvir essa informação e ouviam”.

A responsável da DGS defende que o processo de comunicação deve ser estudado depois da pandemia. “Portanto, quando se fala em comunicação, fico abismada como é que se diz que é a DGS que não comunicou bem, porque a DGS é apenas um dos elementos desta interação de mensagens que são multivariadas”, referindo-se a meios como os media ou as redes sociais.

A fadiga pandémica tem sido muito falada porque ela existe, diz ainda Graça Freitas, referindo que não estamos habituados a períodos tão longos de crise coletiva com este impacto.

Neste momento, frisou, “a fadiga pandémica advém de um coletivo de pessoas, que praticamente é o planeta inteiro, submetido a uma pressão enorme, que é a pressão da pandemia e que nos levou a todos, em diferentes fases, a receber informação massiva, que cansa”.

ZAP // Lusa

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10 Comments

    • Como seria que te sentirias se os tansos (que são o povo que indiretamente te dá a possibilidade de tempo de antena e enche a carteira te negasse todas estas benesses até te aposentares? Era ou não o troco da ganância e da incompetência demonstrada? Queres responder? Quem cala aceita mas não és a única a não contestar porque a tua companhia tem imensos marginais como tu, e enquanto o pau vai e volta folgam as costas.Estamos fartos de tanto lixo na política.

  1. Cara senhora directora da DGS, dispenso a minha vacina da gripe e a da covid também, pode ficar com elas.
    Como a senhora frisou anteriormente, a vacina da gripe não tem eficácia por muito tempo, por isso é aplicada no início da época das gripes, vamos ver se, quando as gripes chegarem, a vacina ainda está activa e eficaz para proteger o vacinado…

      • Primeiro não lhe dei confiança para me tratar por tu nem respondi a nenhum comentário seu. Depois não dou crédito a mal educados, idiota é o filho do seu paizinho. Só vem responder passado quase um mês? Deve ser por lentidão mental.
        Se não quer ser infectado proteja-se, eu não tenho que cuidar de si, não sou seu pai nem sequer amigo.
        Para finalizar, se quer tomar a vacina é um direito que lhe assiste como eu tenho o direito de não a querer tomar, a isso chama-se democracia, as obrigações como você pretende são atitudes ditatoriais fascistas, a toma da vacina até é facultativa.
        Você parece-me daquelas pessoas que não precisa de cérebro, confia no seu governo e é esse tipo de pessoas que ajuda a pandemia a manter-se.
        Fique bem com as suas atitudes fascistas, eu fico com a minha maneira de respeitar os outros.

        • Tenho nove filhos (dois já partiram)…
          Tenha respeito. Estive internada durante três semanas, para conseguir ter a minha (“última”) filha.

          E muito pude ver no hospital… credo! Tomar a vacina resolverá parte dos problemas causados por este vírus assustador.
          Se sabe o que é fascismo, defina-o, valentão!!! ;-B.

          Espero que nasçam cada vez menos pessoas como o senhor: feias de espírito e de coração.

          • Muito agradável a sua resposta, ainda mais quando pretende erradicar pessoas como eu.
            Sei o que é fascismo, nasci em 1956, tinha 18 anos e já trabalhava quando se deu o 25 de Abril, devo ser mesmo um valentão.
            Se tem nove filhos e não os quer, não os faça.
            Eu acidentei-me e estive na unidade de queimados no Porto porque não havia vaga em Lisboa, onde se deu o acidente e onde moro, estive 3 semanas em coma induzido e não me queixo, cada um tem os seus problemas e ninguém os pode viver senão o próprio, tenha respeito também.
            Se a senhora e o seu marido querem viver a pandemia do medo é uma opção vossa, não têm é o direito de obrigar os outro a proceder do mesmo modo, repito, isso é ditadura fascista.
            Se o vírus é assustador para si, o meu conselho, se serve de alguma coisa, é que se afaste dele e se proteja, não queira que sejam as outras pessoas a fazer isso por si, é uma responsabilidade apenas sua.
            Respeite, você e o seu marido, as opções dos outros, não queira impingir os seus métodos ao mundo, se realmente esses métodos são seus, talvez tenha emprenhado pelos ouvidos com as regras dos políticos.
            Fique bem e respeite os outros se pretende ser respeitada também.

  2. Aos senhores e senhoras que andam para aí a insultar e criticar quem não quer levar a vacina do Covid..

    Ao contrário da vacina do Covid-19. As vacinas como a do tétano e a gripe sazonal, entre muitas outras, já estão no mercado e em uso há décadas. Já sabemos quais são os seus efeitos secundários a médio e longo prazo.

    A vacina contra o Covid-19 está em TESTES somente há TRÊS MESES!!! Não sabemos quais são os seus efeitos secundários a médio ou a longo prazo. Aliás, já há vários casos de efeitos secundários bastantes graves em pessoas que já levaram esta vacina. Desmaios, desequilíbrios e alergias graves. E até já houve casos de pessoas que perderam a sua função motora e/ou sem poderem movimentar-se. Para não falar das várias pessoas que ofereceram-se para testarem a vacina e que faleceram devido à mesma. E ainda agora começou a vacinação.

    Só uma pequena observação. A vacina da gripe sazonal de cada ano é criada baseando-se nos dados correspondentes aos vírus até ao ano anterior. Por exemplo, a vacina da gripe deste ano foi criada para combater os vírus conhecidos até o ano passado. No entanto, e mesmo sendo utilizada há décadas, todos os anos morrem milhares de pessoas devido à gripe sazonal.

    Agora explique-me o seguinte. Como é que uma vacina que foi TESTADA durante somente TRÊS MESES. E sem sabermos os efeitos e sequências da mesma, vai combater um vírus novo que está há tão pouco tempo a circular no ar? Para não falar em como os “especialistas” já anunciaram publicamente em como esta vacina está preparada para a próxima estripe estripe do Covid-19 se nem sabem qual será a próximo mutação do vírus?

    E se a vacina é tão eficaz, como é que há um enfermeiro norte-americano que acusou positivo já depois de receber vacina do Covid-19? E isto do que temos conhecimento porque pode haver muitos mais casos.

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