O governo está a rever as regras aplicadas aos militares responsáveis pela guarda de material de guerra, ponderando o uso de “força letal”, por considerar que as limitações atuais “podem ser excessivas”.
O Ministério da Defesa está a avaliar “em que condições se pode recorrer à força letal”. Questionado pelo deputado do CDS-PP João Rebelo, na audição parlamentar na comissão de Defesa Nacional, José Azeredo Lopes referiu que está em discussão a possibilidade de “olhar com mais realismo” para as “limitações excessivas” do plano.
“Em que condições se pode recorrer à força, até à força letal, está em discussão, ainda no interior da Defesa Nacional e por impulso do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas”, disse.
Sobre o furto de Tancos, divulgado no final de junho pelo Exército, o ministro da Defesa recusou a ideia, que diz estar a ser propagada nos meios “jornalísticos e políticos”, de que “nada se sabe”.
Azeredo Lopes garantiu, pelo contrário, que “já se sabe muitíssima coisa, já se sabe porque é que aconteceu, já se sabe que há décadas que havia uma incúria que nos responsabiliza a todos relativamente a uma questão que dizia respeito a uma das funções primordiais das Forças Armadas”.
No futuro, frisa, “não podem faltar recursos financeiros para a segurança do material militar à guarda das Forças Armadas”.
O ministro desafiou ainda “quem quiser a dizer que os furtos não poderiam ter ocorrido no passado” e, defendeu, “a fava saiu ao atual titular da pasta como podia ter calhado a outro titular”, elogiando a forma como o Exército lidou com um “problema muito grave”.
ZAP // Lusa