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Governo britânico rejeita “prazo artificial” para apresentar alternativas ao acordo do Brexit

Will Oliver / EPA

O Governo britânico respondeu esta quinta-feira às exigências finlandesas e francesas. Só irá apresentar soluções escritas “quando estiver pronto”.

“Iremos apresentar soluções escritas e formais quando estivermos prontos – não em função de um prazo artificial – e quando a União Europeia demonstrar que está construtivamente empenhada nas mesmas, enquanto [soluções para] a substituição do backstop”, disse um porta-voz de Downing Street, citado pelo jornal Público.

Antti Rinne, primeiro-ministro da Finlândia, disse esta quinta-feira aos jornalistas que tinha ficado acordado que se o Reino Unido não formalizasse uma proposta até dia 30 de setembro, já não o podia fazer, por uma questão de calendário, uma vez que o próximo Conselho Europeu se realiza nos dias 17 e 18 do próximo mês.

Os documentos em causa não constituem uma proposta formal do executivo de Boris Johnson para evitar uma saída da União Europeia sem acordo, a 31 de outubro. De acordo com o diário, tratam-se de observações técnicas e informais, relacionadas com questões aduaneiras e de regulação sanitária, que, refere o Governo britânico, “refletem as ideias que o Reino Unido tem vindo a apresentar”, junto dos líderes europeus.

A Comissão Europeia confirmou a receção da “documentação confidencial” e a existência de negociações técnicas entre Londres e Bruxelas, revelando ainda que Michel Barnier, negociador-chefe da UE, e Stephen Barclay, ministro britânico do Brexit, vão reunir-se esta sexta-feira para novas discussões.

Esta quinta-feira, Boris Johnson insistiu que o Governo britânico está a “fazer progressos” para “garantir que não haverá qualquer espécie de fronteira” entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda e que a cláusula de salvaguarda exigida pela União Europeia para o evitar pode ser eliminada do acordo.

Para o primeiro-ministro britânico, só o facto de Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão, ter dito não ter “uma ligação emocional” com o backstop “já é um progresso”, uma vez que na União Europeia “não diziam isso há um mês atrás”.

Segundo o Financial Times, Boris Johnson está a avaliar as condições para a criação de uma zona de regulação económica que abranja toda a ilha irlandesa e que reduza a necessidade de controlos fronteiriços para determinados produtos, como os agrícolas.

Do lado europeu exigem-se mais detalhes, uma vez que esta solução não permite a movimentação fluida de pessoas e bens na fronteira, além de violar uma série de disposições regulatórias, fundamentais para a solidez do mercado único.

ZAP //

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