Durante o Governo de Passos Coelho, o então ministro da Educação definiu como nuclear a introdução da disciplina de Educação para a Cidadania, embora não fosse obrigatória.
No início da semana, foi noticiado que cerca de 100 personalidades públicas, entre as quais o anterior Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, o ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, assinaram um manifesto contra a obrigatoriedade da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento nas escolas, considerando que os pais devem ter direito à “objeção de consciência” para não permitirem que os filhos a frequentem.
Segundo o semanário Expresso, apesar da educação “livre de preconceitos e de estereótipos de género” ser um dos pontos contestados no manifesto, a verdade é que este princípio foi assumido como nuclear pelo ministro da Educação, Nuno Crato, durante o Governo de Passos Coelho, e quando Cavaco Silva era ainda chefe de Estado.
Na altura, foi criado um Plano Nacional para tratar o tema, tendo sido definidas as linhas orientadoras e criadas as bases para que as escolas tratassem a disciplina de Educação para a Cidadania se assim o quisessem fazer.
“Tornar a disciplina obrigatória não fazia muito sentido. Quisemos sempre dar uma grande liberdade às escolas e nunca entrar por uma via de doutrinamento. E recordo-me bem que o Bloco de Esquerda e alguns setores do PS foram sempre contra este princípio”, recorda Nuno Crato ao jornal.
O carácter facultativo da disciplina foi alterado em 2018, por decisão do Governo de António Costa, que tem Tiago Brandão Rodrigues como ministro da Educação. A disciplina de Cidadania e Desenvolvimento foi introduzida como obrigatória em setembro desse ano, depois de uma fase-piloto no ano letivo anterior, recorda o Expresso.
Fenprof concorda com obrigatoriedade da disciplina
Em comunicado, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) refere que concorda com a obrigatoriedade da disciplina, uma decisão aprovada, por unanimidade, pelo conselho nacional, que está reunido desde quinta, e até sexta-feira, em Lisboa.
“A escola pode não ter meios ou condições para responder a todos os desafios que se lhe apresentam”, mas “não pode deixar de responder, entre muitos outros, ao desafio da cidadania e do desenvolvimento, e essa não pode ser uma mera opção”, sustenta.
Para o conselho nacional da Fenprof, a educação para a Cidadania e o Desenvolvimento é um espaço curricular onde as crianças e os jovens falam da vida, debatem os direitos humanos, a educação sexual, a educação rodoviária ou a educação ambiental, “contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis, autónomos, críticos e solidários numa sociedade que se deseja democrática”.
A Fenprof sustenta que esta é “uma antiga preocupação que começou a dar os seus primeiros passos em 1988, na sequência do consagrado na Lei de Bases do Sistema Educativo, quando Roberto Carneiro era ministro da Educação de um Governo liderado por Cavaco Silva”.
O conselho nacional da Fenprof considera ainda que “a desconfiança que se lança em relação à forma como esta disciplina está a ser ministrada nas escolas representa mais um inaceitável ataque aos seus professores” e aos seus órgãos pedagógicos e de direção.
O abaixo assinado que junta todas estas personalidades surge no âmbito do caso despoletado pelos pais de duas crianças de Vila Nova de Famalicão que não deixaram os filhos frequentar as aulas da disciplina.
A escola aceitou, mas, por despacho, o secretário de Estado da Educação anulou a decisão. Os alunos foram, assim, tecnicamente reprovados e obrigados a recuar dois anos letivos.
No Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga decorrem dois processos movidos pelos pais dos estudantes, contestando a posição do Ministério da Educação, com o intuito de anular a decisão de chumbar os filhos.
ZAP // Lusa
Deveria ser consensual que a “educação para a cidadania” é importante, e diria mesmo essencial, nestes tempos que correm. No entanto, o problema são os conteúdos que se escondem debaixo deste nome pomposo. Abre-se a porta ao doutrinamento ideológico das crianças sobre temas que muitos pais não concordam e contra os seus princípios, sujeito ainda aos caprichos dogmáticos da individualidade de cada docente. A defesa cega da fenprof aos professores só revela que esta instituição também não é de confiar, e uma profunda ignorância dos potenciais resultados, tal como experienciado noutros locais. Por exemplo, numa escola do reino unido, 40% das crianças “educadas para a cidadania” afirmaram-se como transsexuais, sendo ministradas por mais uma radical de esquerda com credencial de docência. Noutros locais, a comunidade islâmica insurgiu-se, e muito bem, contra este doutrinamento das crianças.
Numa darei autorização a que as minhas filhas sejam sujeitas a tal educação para a cidadania. Digo mais, só por cima do meu cadáver.
Aprovado. Quando as instituições educativas deixam de se “lembrar” que educar não é indoctrinar, este é o resultado. Pois bam, tal como não aceito que o estado (ou seja lá quem fôr) escolha as morais e religiões que os meus putos devem seguir, também não quero que escolham a doutrina social “correcta”.
Se nos dias que correm seria impensável obrigarem-me a que um filho meu seja iniciado numa religião contra o meu acordo, porque deveria aceitar que seja inicaido numa ética social contra o meu acordo?
Isto não passa de uma nova versão do velho problema: a minha opnião é melhor que a tua!
Principalmente quando são “eles” a escolher a “melhor” opinião.
Mais uma asneirola de um mau ministro. As verdadeiras asneiras muitas vezes só se exibem mais tarde, são bombas ao ralenti. A geringonça adorou a ideia e agora quer a disciplina obrigatória para ser uma angariadora de votos e militantes bloquistas.
A Educação para a Cidadania é uma tarefa dos pais, da família, da sociedade, da escola no seu conjunto. Não é propriedade de nenhuma disciplina escolar nem de nenhum partido político.
Nota-se que alguns pais estão muito preocupados quando deixam as suas filhas adolescentes sair ,à noite, embebedarem-se e depois serem engravidadas sem saberem por quem? E aqueles que oferecem aos filhos armas como prenda de Natal ou jogos que dão pontos a quem atropelar alguém e a dobrar no caso de ser uma mulher grávida? Que tal esta educação para a cidadania? Os pais com a vida que têm não dispõem de tempo para acompanhar os seus filhos. Compram-lhe um telemóvel e entregam-nos aos seus didácticos conteúdos! Não atrapalhem a escola deixem-na funcionar porque há muita coisa para fazer no início do ano lectivo sobretudo com uma pandemia. Dispensa-se aproveitamento político sobretudo por parte de um ex presidente que, tal como a sua mulher, até parece que foram professores!!!