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Governo deverá ajustar critérios de risco para zonas com menos população

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António Cotrim / Lusa

Tal como os especialistas aconselharam, o Governo deverá manter a matriz de risco. Ainda assim, estarão a ser estudados ajustes nos critérios de modo a não prejudicar os territórios menos populosos. A decisão será fechada esta quarta-feira.

Na reunião de Conselho de Ministros desta quarta-feira, o Governo vai estudar o ajustamento dos critérios de risco para os concelhos de baixa densidade populacional, avança o jornal Público.

O Executivo de António Costa está preocupado com os territórios menos populosos, uma vez que não podem ficar prejudicados pelos critérios que, neste momento, são aplicados a todo o país.

Atualmente, os concelhos que registem entre 120 a 240 casos por cem mil habitantes (um indicador combinado com o índice de transmissibilidade) ficam em risco e podem mesmo ter de dar passos atrás nos níveis de desconfinamento.

Nos concelhos pouco povoados, a existência de poucos casos pode empurrar esses territórios para o estado de alerta ou para o confinamento, daí a necessidade de o Governo incorporar ajustes que respondam à natureza específica desses territórios.

Mesmo assim, a matriz de risco não deverá mudar, de acordo com as informações recolhidas pelo diário.

A matriz incorpora os critérios da incidência do número de novos casos por cem mil habitantes nos últimos 14 dias em cruzamento com o rácio de transmissiblilidade R(t). Nos últimos dias, falou-se na possibilidade de serem integrados outros fatores, como o do nível de vacinação da população.

Um membro do Governo explicou ao Público que essa questão não se coloca, já que a vacinação está presente neste modelo de aferição do risco, ainda que indiretamente, uma vez que o avanço da vacinação cria imunidade na população e contribui para que a incidência de novas contaminações diminua.

Assim, as restrições, que deverão ser alteradas a partir de 14 de junho, deverão seguir o plano de desconfinamento que os especialistas propuseram.

O plano de regras sanitárias de prevenção das contaminações por covid-19 deverá basear-se nos critérios que foram apresentados pelos especialistas Óscar Felgueiras e Raquel Duarte na reunião do Infarmed, que decorreu na sexta-feira.

Não são esperadas grandes mudanças. O Público escreve que poderão estar em causa especificações sobre o recurso ao teletrabalho, que é já obrigatório, por lei, até ao fim de 2021 nos concelhos de risco.

Deverão também ser feitos ajustamentos nos horários de funcionamento do comércio, especificamente da restauração, e poderá haver novos escalonamentos de lotação de espaços e novos acertos nas regras para a realização de novos eventos.

O setor dos bares e discotecas não deverá abrir este verão. Fonte do Governo disse ao Público que o Executivo tem consciência de que este “é o setor mais afetado”, mas é também o mais complicado para abrir, tendo em conta as características de transmissibilidade da covid-19.

Liliana Malainho, ZAP //

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