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Um Governo com maioria absoluta “é menos constrangedor”, diz ministro da Agricultura

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Manuel de Almeida / Lusa

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, apelou a uma maioria absoluta nas próximas eleições legislativas de 6 outubro de forma clara. Dessa forma, considerou, o PS não precisaria de “contornar ou torcer” as suas ideias. 

Tal como observa o semanário Expresso, Capoulas Santos é o primeiro membro do Governo de António Costa a dizer que o partido quer a maioria absoluta de forma clara. Até então, os socialistas pediam uma “grande votação”, uma “maioria expressiva” e um “apoio máximo” – sem nunca mencionar a maioria absoluta.

“É menos constrangedor um Governo que tem uma maioria absoluta do que um Governo que para tomar qualquer decisão tem que permanentemente estar a negociar essas soluções, e muitas vezes contornando e torcendo as suas próprias ideias”, afirmou o governante em entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença.

No entender de Capoulas Santos, o PS tem capacidade para chegar a um grande resultado eleitoral em outubro. “Qualquer partido em eleições luta pelo melhor resultado possível. No limite, e sem que isto queira traduzir-se em alguma vocação totalitária, todos gostariam de ter 100%. É legítimo ao PS assim como a outros partidos lutarem pelo melhor resultado possível. Na contagem de votos, ver-se-á. Gostaria que o PS tivesse um resultado folgado tão amplo quanto possível”, afirma.

“Nesta experiência governativa na Agricultura as coisas correram muito bem, mas houve muitas coisas que foi necessário negociar”, aponta, lamentando não ter conseguido aprovar o banco de terras, chumbado pela esquerda e PSD.

“Até hoje não consigo compreender: como houve uma coligação negativa que foi a criação do banco de terras. No programa de Governo, tínhamos colocado nesse banco de terras todo o património rústico do Estado disperso por vários ministérios muitos deles com mau uso ou uso pouco apropriado para o distribuirmos por jovens agricultores”.

“O objetivo era criar esse banco, arrendar os terrenos a jovens e, ao fim de um comprovado período de boa gestão, o Estado podia vendê-lo. Com esse dinheiro era criado um fundo para se comprar novas terras para continuar a alimentar esse banco. Infelizmente, a esquerda e o PSD chumbaram esta proposta. Espero que um futuro Governo possa repo-la porque é da máxima importância para o país”, acrescentou.

ZAP //

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