O Governo vai decretar, em articulação com o Presidente da República, luto nacional pela morte da pintora Paula Rego, indicou hoje à agência Lusa fonte do Ministério da Cultura.
A pintora Paula Rego, uma das mais aclamadas e premiadas artistas portuguesas a nível internacional, morreu na manhã de hoje em Londres, aos 87 anos, disse à Lusa fonte próxima da família.
De acordo com o galerista Rui Brito, a artista “morreu calmamente em casa, junto dos filhos”.
Em Braga, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já lamentou a morte da pintora, destacando a sua projeção no mundo.
Questionado pelos jornalistas, em Braga, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que era a artista plástica portuguesa “com maior projeção no mundo” desde a morte de Vieira da Silva.
Em declarações à CNN Portugal, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, também lembrou Paula Rego como “uma grande contadora de histórias através da pintura” e considera-a “a mais reconhecida das artistas plásticas portuguesas” que teve um contributo “notável” e de “enorme reconhecimento público” para a arte.
O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, também deixou as suas condolências pela morte de Paula Rego e descreveu cada quadro seu como “um dardo atirado contra o preconceito, a dominação, a indiferença”. “Paula Rego soube explorar os nossos sonhos, os nossos medos, as nossas histórias, a nossa condição. Muito, muito obrigado, Paula Rego”, escreveu Santos Silva no Twitter.
O Centro Nacional de Cultura (CNC) também manifestou “grande desgosto” pela morte da pintora, que era “uma das mais aclamadas e premiadas artistas portuguesas a nível internacional”.
Paula Rego estudou nos anos 1960 na Slade School of Art, em Londres, onde se radicou definitivamente a partir da década de 1970, mas com visitas regulares a Portugal, onde, em 2009, foi inaugurado um museu que acolhe parte da sua obra, a Casa das Histórias, em Cascais.
Nascida a 26 de janeiro de 1935, em Lisboa, foi galardoada, entre outros, com o Prémio Turner em 1989, e o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso em 2013, além de ter sido distinguida com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada em 2004. Em 2010, recebeu da rainha Isabel II a Ordem do Império Britânico com o grau de Oficial, pela sua contribuição para as artes.
Em 2019, recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Governo de Portugal.
ZAP // Lusa