O projeto pode finalmente sair da gaveta agora que a guerra na Ucrânia mudou o contexto político. O Ministério do Ambiente estima um custo a rondar os 300 milhões de euros e acredita que a União Europeia ajudará a financiar a obra.
Foi em Setembro de 2009 que a Redes Energéticas Nacionais (REN) anunciou que chegou a acordo com a espanhola Enagás para a construção de mais um gasoduto na Península Ibérica.
O caminho até aqui tem sido complicado, já que o último plano da REN, de março de 2021, dizia não haver “condições mínimas” para a construção avançar. Em 2018, o projeto também teve um parecer ambiental desfavorável e em 2019 saiu da lista de Projetos de Interesse Comum da UE. Em 2020, a Enagás também abandonou a ideia.
No entanto, o novo contexto político trazido pela guerra na Ucrânia veio dar um novo fôlego à ideia e expôs a importância que o porto de Sines pode ter para todo o continente europeu.
Agora que a Europa está à procura de alternativas ao gás russo, o chanceler alemão sugeriu que seja construído um gasoduto que ligue Portugal e Espanha — que consomem muito pouco gás russo — à Europa central, uma ideia que já teve a luz verde de António Costa.
O Governo voltou agora às negociações com a REN, a Agência Portuguesa do Ambiente e a Enagás para a construção do gasoduto, que teria 162 quilómetros em Portugal e ligaria Celorico da Beira a Vale de Frades.
Rui Cartaxo, ex-presidente da REN, acredita que Portugal é o único país que está verdadeiramente interessado no projeto. “Espanha não tem grande interesse nisso. Acredito que continuem a arrastar os pés e não sei se Portugal terá força para ultrapassar isso”, revela ao Expresso.
A CNN avançou que as projeções do Governo antecipam custos entre 150 milhões e 244 milhões de euros, mas os valores podem ainda ser maiores. De acordo com o Ministério do Ambiente, o custo do projeto no total “deverá situar-se entre €300 e €350 milhões” e a construção deverá demorar cerca de dois anos e meio após a obtenção das licenças ambientais.
O Governo também acredita que a União Europeia ajudará a financiar o projeto, já que é de benefício comum. No entanto, há ainda o risco de Portugal ser excluído desta solução, já que a ministra espanhola Teresa Ribera disse há alguns dias que Espanha conseguiria construir em nove meses a sua parte do Midcat, um gasoduto que liga o país a França e não tem passagem por Portugal.
Os Espanhóis querem fazer sozinhos e a França, pura e simplesmente, não quer gasoduto nenhum vindo da Península Ibérica. Tá arrumada a ideia.
Por favor, ganhem juízo e esqueçam gasodutos daqui para a Alemanha. Eles que se safem por lá que nós nos aqueceremos por cá seja com gás ou com lenha ou até a cavar a terra!
Considerem o seguinte: existe um cliente rico e um pobre para o mesmo produto, que é limitado! Se o cliente rico pagar mais para ficar com o produto todo o cliente pobre vai passar fome pois não consegue pagar o mesmo.
Para qualquer idiota que ache que um gasoduto daqui para a Alemanha seria uma coisa boa … Vocês são o cliente pobre!! A menos que estejam no negócio da política e das comissões, não servem os vossos interesses dessa forma.