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Portugal fica a ganhar com a guerra do gás. Porto de Sines pode ter “papel estratégico”

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O acordo entre os EUA e a União Europeia (UE) para o fornecimento de mais de 15 mil milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito (GNL) dará ao Porto de Sines um “papel cada vez mais estratégico”, considera o primeiro-ministro António Costa.

O primeiro-ministro fala não apenas do presente, mas, sobretudo, do futuro próximo, considerando “aquilo que vai ser reforçado no próximo ano”, notando que, a partir de 2023, o acordo celebrado entre a UE e os EUA “vai preencher cerca de um terço do que são as quantidades de gás que a Europa actualmente está a importar da Rússia”.

Assim, Costa não duvida de que “este acordo com os Estados Unidos vai permitir ao Porto de Sines ter um papel cada vez mais estratégico“.

“Nesta fase, através de barco e, no futuro, graças às interconexões, utilizando os ‘pipelines’ que reforçarão a interconexão entre Portugal e Espanha e a partir de Espanha para a Europa”, acrescenta o governante em declarações em Bruxelas, no final de um Conselho Europeu marcado por difíceis discussões na área da energia.

Num dia marcado pelo anúncio de que os EUA vão exportar mais 15 mil milhões de GNL para a UE, Costa salienta ainda que “o Porto de Sines está em concorrência com todos os outros portos” no espaço comunitário.

Mas “tem muitas vantagens competitivas relativamente aos outros portos, como da proximidade a muitos dos locais de origem, de ser o maior porto de águas profundas da costa atlântica, do preço do custo da operação”, aponta o governante.

Além disso, o Porto de Sines tem “outra vantagem fundamental” que é a de “não ter o congestionamento dos portos do norte da Europa – do mar do norte e dos bálticos”, cita ainda Costa.

Deste modo, o Porto de Sines “poderia ser um local para o ‘trashipping’, para chegarem grandes navios petroleiros e poderem fazer a transferência para navios mais pequenos ou de médio porte e que têm maior facilidade para fazer essa distribuição”, adianta ainda o primeiro-ministro.

Destacando que a posição geoestratégica de Portugal “valoriza muito [o país] relativamente a muitas das origens da produção de gás natural”, como os EUA, o primeiro-ministro defende a diversificação das fontes de abastecimento para, assim, resolver a dependência da UE face aos combustíveis fósseis da Rússia e garantir segurança energética.

“A segurança energética é uma condição da própria segurança” da UE, constata.

Os EUA comprometeram-se a aumentar o fornecimento de gás à Europa “para 50 mil milhões de metros cúbicos de gás anualmente até 2030“, à medida que a dependência da UE da energia russa for sendo reduzida.

A UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.

A Rússia é também responsável por cerca de 25% das importações de petróleo e 45% das importações de carvão da UE.

ZAP // Lusa

11 Comments

  1. O gás é “passado” e mantém a UE dependente de terceiros.
    Há que diminuir a dependência externa e apostar noutras formas de energia com origem na Europa.

    • E que formas de energia seriam essas? Aeólica, não é suficente, do mar tambérm não. Energia solar é um estraganço paisagistico do pior. Energia nuclear tem grandes problemas se houver falha na segurança. Construir barragens por todo o lado também tem os seus problemas.

      • Todas, mas principalmente nuclear!

        Mais problemas do que andar anos a financianar um regime ditatorial de um louco com o maior arsenal nuclear do mundo (como fez a Merkel/Alemanha/UE), que aproveitou esse dinheiro para investir em armamento e que agora ameaça a Europa/mundo??
        Ou depender de outros países manhosos como a Arábia Saudita, Quatar, Argélia, China, Irão, Venezuela, OPEP, etc, etc?…
        Prefiro, de longe, o risco de segurança da energia nuclear produzida na Europa!
        Além de que actualmente já há mais de 100 centrais nucleares na Europa.
        A novas centrais serão mais pequenas e mais seguras e é precisamente nessas que a Europa tem que apostar.

      • Depende da “bomba”… as centrais nucleares aguentam o impacto de mísseis comuns e até de aviões!

        Não sei se leste a parte onde escrevi que, neste momento, há mais de 100 centrais nucleares na Europa, metade delas na França. Há 6 aqui ao lado em Espanha, onde metade (3) está literalmente em cima do Tejo.
        Portanto o “impensável” está feito!
        E, em países perto de nós com muito maior risco de “bombas” de que Portugal…
        Além de que a alternativa fói o que a Alemanha fez, com o resultado que agora se conhece… acabou com ameaças de guerra nuclear a todo o Ocidente…

      • Nuclear não. Já chegam as bombas que podem arrasar o planeta em segundos. Depois temos o lixo nuclear que escondemos debaixo do tapete. Certos países usam o lixo nuclear para munições de guerra, mais outro perigo latente.
        Há que diversificar as fontes e há muitas. Nuclear é brincar com o perigo.

      • Os portugueses já se andam a manifestar contra o nuclear desde os 80. E por causa dessas manifs é que o nuclear não avançou em Portugal.

      • Nuclear não?!
        Como não se já estão por todo o lado?
        Tu és mesmo lento, mas eu vou reperir pela terceira vez: há mais de 100 centrais nucleres na Europa!!
        3 estão em cima do Tejo!!

      • “Os portugueses”?!
        Não sei que portugueses são esses, mas eu conheço muitos portugueses e nunca vi nenhum (que perceba minimamente do assunto) ser contra o nuclear.
        Meio dúzia de maluquinhos anti-nuclear não são “os portugueses”!
        Depois há os casos que agora se conhecem, de organizações anti-nuclear serem patrocinadas pelas petrolíferas para espalhar disparates…

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