Na versão preliminar do Plano de Recuperação e Resiliência, entregue a 15 de outubro, o Governo compromete-se com uma projeção do défice para 2022 de 2,7%, mais baixa do que os 2,8% inscritos no Orçamento do Estado, entregue a 12 de outubro, três dias antes.
De acordo com o Jornal de Negócios, a projeção de défice para 2022 baixou em apenas três dias. Na versão preliminar do Plano de Recuperação e Resiliência, enviada para a Comissão Europeia a 15 de outubro, o Governo compromete-se com uma meta de défice em 2022 ainda mais exigente do que a que antecipou no relatório do Orçamento do Estado, a 12 do mesmo mês: em vez dos 2,8%, estão previstos 2,7% do PIB.
O matutino adianta que não é usual o Governo apresentar no Orçamento do Estado a projeção para o défice para os dois anos seguintes, mas João Leão fê-lo na proposta que entregou no Parlamento. Ainda assim, nesse documento, as Finanças apontam para um défice de 2,8% em 2022.
Segundo o OE2021, este ano o défice será de 7,3%; no próximo baixa para 4,3% e no ano seguinte voltará a baixar.
“Para 2022, o Ministério das Finanças prevê um défice orçamental das administrações públicas abaixo do limite de 3%, assegurando assim que, num cenário em que a cláusula de derrogação seja levantada, o limite o Pacto de Estabilidade e Crescimento é cumprido”, lê-se no relatório do OE, em que a tabela indica um défice de 2,8% do PIB para 2022.
Já no Plano de Recuperação e Resiliência, o valor do défice para 2022 é 0,1 pontos percentuais mais baixo, de 2,7%. Ao que o Negócios apurou, o défice mais baixo será o resultado do impacto dos próprios fundos europeus: o PIB sobe e as receitas fiscais aumentam mais, o que fará o défice descer.