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Governo admite partilhar gestão da TAP com consórcio

Stuart Isett / Fortune Brainstorm Green

David Neeleman, dono da Azul Linhas Aéreas Brasileiras

David Neeleman, dono da Azul Linhas Aéreas Brasileiras

O Governo admite partilhar a gestão da TAP com o consórcio Gateway após a recuperação da maioria do capital para o Estado, afirmou esta quarta-feira o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.

Na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, Pedro Marques disse que “o Estado considera importante a presença de um parceiro privado [no capital da TAP], que contribua para a capitalização e gestão da empresa”, e admitiu “a possibilidade de partilhar a gestão com o consórcio” de Humberto Pedrosa e David Neeleman – “como aconteceu nos últimos anos, em que o Estado não interferiu na gestão”.

Na quinta-feira, o empresário David Neeleman desvalorizou a questão da titularidade da maioria do capital na companhia aérea, que deverá voltar para as mãos do Estado.

A gestão é o mais importante. Se podes tomar decisões é a coisa mais importante”, afirmou o empresário que detém 61% do capital do grupo TAP, contando que os membros do Governo com quem se tem vindo a reunir “já disseram que estão felizes com o que trouxemos à TAP”.

Pedro Marques apontou a manutenção do centro de Lisboa e os voos da TAP para os países de língua portuguesa como as principais razões para que o Estado seja maioritário e, assim, “continuar a ter uma palavra a dizer”.

“O Estado manterá a maioria das decisões estratégicas para o futuro da TAP. Estamos a limitar todos os riscos possíveis, alguns que não estavam completamente limitados com a pressa de fechar a processo negocial” pelo anterior governo, declarou.

O ministro que está a liderar as renegociações com o consórcio Gateway questionou ainda “a legitimidade do Governo demitido” para ter assinado o fecho da operação da privatização, sem estar reunido “um conjunto de documentos” – nomeadamente o parecer da ANAC- Autoridade Nacional da Aviação Civil referente à titularidade do capital do consórcio Gateway.

O governante lembrou ainda que o acordo de privatização correspondia à “venda de 61% da TAP que, dois anos depois, podia significar vender 95% e, se os trabalhadores não quisessem os 5%, podia significar a totalidade do capital”.

“O Governo decidiu que ao fim de dois anos o Estado português podia não estar simplesmente na TAP”, atacou, criticando a maioria PSD/CDS-PP por ter fechado o processo “de forma apressada”.

ZAP

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