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Gouveia e Melo acaba com os rumores. “Eu sou militar, não tenho jeito para ser político”

Mário Cruz / Lusa

Durante uma visita à Guarda, onde recebeu uma medalha pelo seu serviço, o coordenador da task force respondeu mais uma vez aos rumores de que se pudesse candidatar a um cargo político.

Com o sucesso da coordenação do processo de vacinação, há quem diga que o vice-almirante deve despir a farda militar e tornar-se um novo rosto na política portuguesa, mas Gouveia e Melo não é fã da ideia.

Eu não sou político. Qualquer ser que apareça como o salvador da pátria é mau para a democracia, porque a democracia salva-se em conjunto com todos os actores do sistema democrático”, afirmou o coordenador da task force da vacinação, durante uma visita na quarta-feira ao Centro de Vacinação da Guarda.

Gouveia e Melo reforça que é “militar” e que não tem “jeito para ser político”, mas realça que isto não é uma crítica a quem opta por esse caminho. “O meu pai dizia que ser político é a profissão mais nobre porque é a dedicação à causa pública”, afirma e acrescenta que encontrou “outra profissão nobre” na Marinha.

“Quero ser um militar que cumpriu o seu papel quando foi chamado. Estou muito honrado com esta missão”, assinala. Estas declarações vão ao encontro daquilo que o responsável pela task force já tinha dito em entrevista à SIC, quando afirmou esperar “acabar a vida profissional enquanto militar”.

Estas declarações aos jornalistas aconteceram durante uma visita na Guarda, em que Gouveia e Melo recebeu a Medalha de Excelência e Dedicação do Município “pelo serviço exemplar que tem prestado à nação”.

O vice-almirante prevê que na próxima quarta-feira se atinja os 85% da população vacinada. “Para a próxima semana, atingiremos, com a ajuda dos portugueses, dos últimos portugueses que têm que vir à vacinação, 85 ou 86%. E o processo em termos de primeiras doses está completo. Depois são segundas doses”, afirmou Gouveia e Melo.

Sobre a reabertura do centro de vacinação no Queimódromo no Porto, o militar indica que só vai reabrir quando houver um relatório que explique “o que falhou” e forem tomadas “medidas mitigadoras” para garantir que há novos problemas na refrigeração.

O coordenador teceu também elogios aos portugueses por estarem a aderir em massa à vacinação. “São um povo extraordinário, um povo esclarecido, que tem um saber e uma cultura muito enraizada. Estou convencido que vamos encurralar o vírus da única forma que há, que é tirar-lhe toda a capacidade de manobra”, disse.

A adesão dos jovens com mais de 12 anos à vacina também está a criar “expectativas elevadas” e Gouveia e Melo explica que se preocupou em “garantir a flexibilidade” nas marcações devido ao regresso às aulas, já que os jovens têm um fim-de-semana exclusivo e depois o regime de casa aberta. Há ainda 180 mil jovens por vacinar nesta faixa etária.

O vice-almirante rejeitou também a ideia de “fazer uma task force para vacinar 100 mil pessoas”, em referência à terceira dose que vai ser administrada a doentes de risco.

AP, ZAP //

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