Militares da GNR não percebem o porquê de terem de continuar a fiscalizar a limpeza dos terrenos, se as pessoas devem estar em casa para cumprir as restrições impostas pelo estado de emergência.
De acordo com a rádio TSF, duas associações que representam os militares da GNR criticam o facto de, em pleno estado de emergência, estes guardas continuarem a receber ordens para fazer a fiscalização da limpeza de florestas e de terrenos.
Em declarações à rádio, o vice-presidente da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG), Adolfo Clérigo, afirma que esta fiscalização junta, dentro da mesma viatura, dois ou mais militares da GNR, contrariando, assim, as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O responsável da ASPIG considera que, neste momento, esta fiscalização é “ineficaz” e “muito duvidosa”, acrescentando que “não deixa de ser uma falta de bom senso”.
Por sua vez, o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG), César Nogueira, confirma que também recebeu muitas queixas de guardas que não entendem o porquê de terem de continuar a fiscalizar a limpeza dos terrenos.
“Todos os dias temos recebido imensas denúncias e, no início da semana, muitas eram por causa dessa fiscalização, pelo que esperamos que exista bom senso por parte de quem comanda e que essas ações de fiscalização não ocorram porque supostamente as pessoas têm de estar em casa e, se estão em casa, não podem limpar os terrenos”, explica à rádio.
Questionado pela TSF, o comando da GNR diz que “a Operação Floresta Segura está em curso conforme planeado, com as devidas restrições impostas pela vigência do estado de emergência”.
Não referindo em concreto o que está decidido relativamente à fiscalização, o comando diz que se encontram “suspensas, desde 12 de março, as ações de sensibilização e todas as ações que impliquem a concentração de pessoas“.
O último balanço indicou que já há nove militares da GNR infetados com o novo coronavírus.
Pois é, agora já só falta njntarem-se os incêndios ao caos que vivemos.