Militares da GNR acusados de agredir imigrantes no Alentejo vão a julgamento

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Oscar in the middle / Flickr

O Tribunal de Odemira decidiu hoje que os sete militares da GNR que terão sequestrado e agredido imigrantes no concelho vão ser julgados, mas retirou um dos crimes de ofensa à integridade física imputados a um deles.

A súmula da decisão instrutória foi hoje à tarde lida no Tribunal de Odemira (Beja), perante três dos advogados e o Ministério Público (MP), mas sem a presença de qualquer dos arguidos.

Os sete militares da GNR de Vila Nova de Mil Fontes, que se encontram provisoriamente suspensos de funções, foram acusados pelo MP de 33 crimes, como abuso de poder, sequestro e ofensa à integridade física qualificada.

Os casos remontam a 2018 e 2019, com os militares tendo alegadamente agredido os imigrantes devido à sua nacionalidade, feito falsas operações STOP, disparado gás pimenta através de um tubo do medidor da taxa de alcoolemia e insultado as vítimas.

Rúben Candeias, o arguido que estava acusado de mais crimes, 11, pediu a abertura da fase de instrução e, na decisão de hoje, a juíza decidiu não o pronunciar por um dos seis crimes de ofensa à integridade física que lhe tinha sido imputado pelo MP.

Em Dezembro, o Ministério Público imputava onze crimes a Candeias — quatro crimes de abuso de poder, seis crimes de ofensa à integridade física qualificada e um crime de sequestro — tendo o militar de 25 anos sido o líder das agressões.

Foram apreendidos os vídeos com as agressões no telemóvel de Rúben Candeias, que permitiram à acusação ter detalhes. O militar vai assim a julgamento pelos restantes 10 crimes.

A investigação a este caso decorreu de um processo anterior em que cinco militares da GNR, incluindo três que foram agora acusados, foram julgados e condenados a penas suspensas e a pagarem indemnizações por terem espancado imigrantes na mesma região alentejana.

O caso foi aberto depois de um militar da GNR ter denunciado que ouviu o colega André Ribeiro a admitir que tinha agredido imigrantes do sudeste asiático com outros militares, o que deu origem à abertura de um inquérito.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Depois Do Ucraniano e o SEF ,Agora a GNR , Temos um GRANDE PROBLEMA de abuso de poder pelas autoridades e estao a fazer vista Grossa ! Quando raramente Vao a tribunal e se prova culpabilidade ,as penas atribuidas sao ridiculamente suaves

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