Galambagate mobiliza socialistas em torno de Costa. Remodelação só depois do inquérito à TAP

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Tiago Petinga / LUSA

O primeiro-ministro, António Costa

Nomes de peso no PS e no Governo têm defendido publicamente a decisão de Costa de segurar João Galamba. O primeiro-ministro só quer avançar com uma remodelação quando terminar a comissão de inquérito à TAP.

António Costa só deve avançar com uma remodelação no Governo já no Verão, quando já tiver assentado toda a poeira levantada pelas audições da comissão parlamentar de inquérito à TAP.

De acordo com o JN, o clima de guerra entre Costa e Marcelo deve mobilizar o PS, com os socialistas a esperar que o líder tenha uma estratégia para lidar com os conflitos com o Presidente até refrescar o elenco do Governo.

Do lado de Belém, não houve uma resposta em si, para além da nota inicial onde Marcelo admitiu não concordar com a permanência de João Galamba no Governo. O Presidente prometeu ontem apenas que vai falar aos portugueses em breve, “amanhã ou assim“, antes das suas visitas no estrangeiro.

Costa também foi parco nas palavras ontem, na iniciativa “Governo mais próximo” em Braga, afirmando que não teme receber um telefonema de Marcelo e que “é sempre um gosto” falar com o Presidente.

A defesa mais aguerrida da decisão de segurar Galamba coube a João Torres, secretário-geral adjunto do PS, que considera que o Governo tem uma “legitimidade de exercício” e que é importante que “cada um respeite as decisões de cada agente político” numa democracia.

Torres não é o único socialista que saiu em defesa de Costa. Os Ministros da Saúde, das Finanças e do Ambiente também já deram o seu voto de confiança à continuidade de Galamba e chutaram para canto o envolvimento de Marcelo.

Pizarro acredita que o Governo “dá sinais de grande dinamismo”, Medina afirma que “as decisões sobre a composição do Governo cabem em exclusivo ao primeiro-ministro” e Cordeiro defende que “não faz sentido mais nenhum membro do Governo falar” depois de António Costa ter dito a palavra final.

Os socialistas acreditam assim que, apesar da afronta do primeiro-ministro ser arriscada, no final de contas, o Presidente da República não terá outra alternativa que não engolir um sapo e aceitar a continuidade de Galamba.

Isto porque dissolver o Parlamento agora pode ser visto como uma retaliação desproporcional da parte de Marcelo, que será culpado por criar um impasse e por facilitar o fortalecimento da extrema-direita, num contexto em que o PSD ainda não se afirmou como uma alternativa à altura do PS e só deve conseguir formar Governo com o apoio do Chega.

A disponibilidade de António Costa para remodelar o Governo após o fim da comissão de inquérito à TAP também pode ser entendida como um estender de mão a Marcelo, que pode preferir esperar para ver e não avançar com a opção nuclear.

No entanto, há ainda alguns nomes do PS que exigem mais esclarecimentos por parte Costa sobre o que aconteceu com Galamba e a sua estratégia para lidar com Belém, como é o caso do dirigente Daniel Adrião, que exige a convocação dos órgãos do PS e critica o líder por apenas se ter reunido com o núcleo duro do Governo.

“É uma liderança muito fechada sobre si própria. Ficaram todos perplexos”, afirma.

Adriana Peixoto, ZAP //

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7 Comments

  1. E o PR a rodar o espeto para assar bem o governo. Vão ficar bem passados. Entretanto, o PR vai comendo uns gelados…LOL Com quem é que o PS se foi meter. Não devem ter visto o que aconteceu ao Passos de Coelho… Têm andado distraídos.

    • Agora o PR vai andar de olho nas palhaçadas dos ministros e à mínima, vai responsabilizar Costa. Este está feito ao bife. Provocou o Presidente, vai pagar e bem.

      • O PR apenas vai dissolver a AR quando vir que o PS está bem no fundo do poço. Até lá vai assistir comodamente a toda a miséria que se segue. O mais tardar, daqui a um ano, temos eleições com o PS totalmente destruído.

  2. Pizarro acredita que o Governo “dá sinais de grande dinamismo”. Tem toda a razão este ministro. Tem tanto dinamismo que até andaram à batatada no Ministério e várias funcionárias esconderam-se nas casas de banho.

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