Há funcionários públicos portugueses na Suíça em pânico com a decisão do Banco Nacional de suprimir a taxa de câmbio fixa entre euro e franco suíço, que afeta os seus salários.
“Neste momento, os funcionários estão em pânico porque eles não sabem como vai evoluir a situação”, disse à Lusa Marília Mendes, responsável dos associados portugueses do sindicato suíço UNIA.
A queda do euro face ao franco suíço afeta seriamente os salários dos funcionários públicos portugueses a trabalhar na Suíça, que recebem em euros.
A sindicalista portuguesa indicou que a diferença cambial irá provocar uma quebra de 20% nos ordenados dos funcionários públicos portugueses, que já estavam numa situação precária.
De acordo com Marília Mendes, alguns funcionários vão passar a receber salários inferiores ao equivalente a dois mil francos suíços, sendo que se admite que quatro mil francos suíços corresponde a um ordenado mínimo para viver na Suíça.
Para ilustrar a gravidade do problema, a responsável explicou que “por exemplo, em Zurique não se encontra um aluguer de casa inferior a dois mil francos”.
“Ontem, foi um dia em que tudo bateu no fundo. Se antes, à taxa de 1,20 já ganhávamos salários de pobres, agora, com isto, foi o desabamento completo”, disse à Lusa uma funcionária que prefere guardar o anonimato.
Questionada sobre a diferença cambial, uma professora da rede de Ensino Português no Estrangeiro (EPE) na Suíça, que não quis ser identificada, disse à Lusa que “está altamente preocupada”.
“É uma angústia não só para os professores, mas também para os funcionários consulares, como vai ser para simplesmente pagar as despesas básicas”, disse.
Outro professor, Alberto Correia, disse à Lusa que ficou estarrecido com a decisão do Governo suíço.
Ele indica num e-mail destinado às autoridades portugueses na Suíça que “a Suíça é um dos países mais caros do mundo e esta decisão da economia suíça vem arrasar qualquer possibilidade de continuar a viver com dignidade neste país” e expõe o seu desespero face à degradação das condições de trabalho ao longo destes últimos anos.
/Lusa
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