/

Filho de Bolsonaro acusado de liderar organização criminosa

2

O Ministério Público do Rio de Janeiro diz que há fortes indícios de peculato e lavagem de dinheiro no gabinete de Flávio Bolsonaro, entre 2007 e 2018.

O filho mais velho de Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, é suspeito de ter dirigido uma “organização criminosa” no seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, entre 2007 e 2018. Segundo o Ministério Público daquele estado, estava montado um esquema de nomeação de assessores-fantasma cujos salários eram depois repartidos, e de lavagem de dinheiro através da compra e venda de imóveis a preços artificiais.

O documento do MP foi revelado pela revista Veja e surge na mesma semana em que a acusação foi autorizada por um juiz a pedir o levantamento do sigilo bancário e fiscal de 86 pessoas e nove empresas relacionadas com o caso.

Tudo começou em dezembro de 2018 quando o órgão de controlo de transações financeiras no Brasil, o COAF, descobriu que Fabrício Queiroz, um ex-polícia que assessorava Flávio Bolsonaro enquanto deputado estadual do Rio de Janeiro, movimentara quantias incompatíveis com o seu salário.

Na altura, o órgão de supervisão detetou movimentos superiores a 1,2 milhões de reais (cerca de 268 mil euros) na conta de Queiroz, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 – uma quantia incompatível com os seus rendimentos conhecidos.

Este ano, a rede Globo avançou que foram também detetados 48 depósitos suspeitos de 2000 reais (450 euros) cada um, feitos pelo filho mais velho de Bolsonaro, em caixas automáticas, entre junho e julho de 2017, num total de 96 mil reais (21 mil euros).

Segundo o Público, o antigo motorista disse que recebia parte dos salários de alguns assessores oficiais, que o faziam de forma voluntária, para pagar a outros assessores informais sem o conhecimento de Flávio Bolsonaro – uma prática que os seus advogados dizem não constituir um crime de peculato, ao contrário do que diz o MP.

Por sua vez, Flávio Bolsonaro diz que os valores depositados ao longo de um mês em 2017 resultaram do pagamento pela venda de um imóvel que terá sido concluída nessa altura.

Mas a acusação faz outra avaliação, e garante que tem “indícios robustos” de que o gabinete de Flávio Bolsonaro foi gerido como uma “organização criminosa” entre 2007 e 2018.

“Três núcleos” em ação

De acordo com o MP, havia três núcleos “hierarquicamente compartimentados” em ação: um nomeava assessores-fantasma em troca da dispensa de parte do salário; o outro recolhia e distribuía essas quantias mensais; e o terceiro era constituído “pelos assessores que concordaram em ser nomeados sob compromisso de repassar mensalmente parte dos seus salários”.

Paralelamente, entre 2010 e 2017, o Ministério Público diz o que o filho de Jair Bolsonaro também teve lucros elevados em várias compras e vendas de imóveis. Flávio investiu 9,4 milhões de reais na compra de 19 salas e apartamentos na Zona Sul e na Barra da Tijuca, regiões nobres no Rio, entre 2010 e 2017, quando ocupava o cargo de deputado.

Numa nota enviada à revista Veja esta quinta-feira, Flávio Bolsonaro afirma que as informações sobre o seu património “não são verdadeiras” e queixa-se de ser “vítima de seguidos e constantes vazamentos de informações contidas em processo que está em segredo de justiça”.

“Sempre declarei todo meu património à Receita Federal e tudo é compatível com a minha renda. Tenho meu passado limpo e jamais cometi qualquer irregularidade em minha vida. Tudo será provado em momento oportuno dentro do processo legal”, disse.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

2 Comments

  1. Mas o povinho brazuca que elegeu Bolsonaro, fez isso não apenas por burrice mas por simples sacanagem.
    E claro que é tudo graças a Deus …

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.