Sem regulações ou laboratórios que estudam os efeitos dos produtos, a maquilhagem das civilizações antigas frequentemente continha ingredientes tóxicos ou simplesmente nojentos.
A maquilhagem não é nada de novo. As pinturas faciais já eram populares no reino do Antigo Egípcio e também são usadas entre muitas tribo nativas, tribos essas ainda existem hoje e que não podem simplesmente dar um saltinho a um centro comercial para comprarem os seus cosméticos favoritos.
Então, que produtos é que usavam para pintar o rosto? A resposta é uma receita de vários ingredientes tóxicos e prejudiciais para a saúde, não havendo uma ASAE que os salvasse.
Um dos ingredientes mais comuns era o chumbo, que estava presente em cremes, bases, blushes e eyeliners. Um dos seus propósitos principais era o branqueamento da pele, já que a pele mais clara era um sinal de um estatuto social superior, visto que indicava que a mulher era rica o suficiente para ficar em casa todo o dia sem ter de trabalhar exposta ao sol.
Já os egípcios usavam o chumbo para criar kohl, uma substância usada para fazer o seu famoso eyeliner dramático. O kohl era feito a partir de uma mistura de sulfureto de chumbo, cinzas e fuligem e o seu uso frequente casou muitos problemas nos olhos dos egípcios, escreve o Ancient Origins.
Se o chumbo não era mau o suficiente, o arsénio também era um produto comum nos cremes faciais para o branqueamento. Para além dos cremes, o arsénio era usado para fins cosméticos em bolachas que prometiam curar a acne. Em vez de limpar as borbulhas de quem as comia, as bolachas resultavam antes em vómitos, diarreia e até a morte, nos casos mais extremos.
As fezes de animais — sim, a sério — também era um ingrediente indispensável em muitas rotinas de beleza e eram frequentemente usadas em máscaras aplicadas no rosto antes da maquilhagem. A urina e a bílis também não eram desperdiçadas.
O branqueamento da pele era novamente um dos objectivos do uso das fezes. Os excrementos secos de crocodilo eram um dos mais populares, sendo misturados com giz ou com chumbo. Há registos histórios que relatam queixas dos homens de que os rostos das mulheres cheiravam mal quando usavam maquilhagem. Quem diria?
Os rostos demasiado pálidos podiam assemelhar-se a um cadáver, pelo que o blush era uma forma popular de dar uma corzinha à pele. Apesar de haver muitas opções relativamente inofensivas, como pétalas de flores ou giz vermelho, um dos ingredientes mais usados para dar um tom rosado e saudável às bochechas era o cinábrio, uma forma vermelha vibrante de sulfureto de mercúrio.
Os blushes também eram muitas vezes feitos com o pó vermelho que resulta do esmagamento de conchonilhas. O ingrediente foi inicialmente usado apenas para tingir roupas, mas os aztecas começaram a moda de o usar para fins cosméticos em batons e rouges. Essa moda continua até hoje, já que este muitos produtos modernos ainda usam este pó — que é seguro — sob o nome “carmine”.
Na década de 1930, o creme depilatório Koremlu foi introduzido ao mercado e prometia uma remoção dos pêlos rápida e segura. No entanto, os consumidores rapidamente reportaram muitos problemas de saúde associados ao produto, desde cegueira, apodrecimento dos dentes ou doenças respiratórias.
O culpado? O veneno para ratos usado no creme, que estava também a envenenar os humanos e os seus animais de estimação. O produto foi rapidamente retirado das prateleiras, mas não devido à intervenção das autoridades de saúde. Na verdade, a empresa foi à falência depois de perder a clientela.
Desde pós, lápis, ceras ou géis, hoje em dia não faltam produtos para preencher e moldar as nossas sobrancelhas. No passado, a preferência era os pêlos de boi. Na Grécia Antiga, as mulheres colavam os pêlos à cara usando mel como adesivo.