Um memorando do FBI indica que a investidura do Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, poderá ser antecedida de protestos armados. A tomada de posse arranca sob o mote “América Unida”.
A investidura do Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, poderá ser antecedida de protestos armados, de acordo com um memorando do FBI.
O documento do departamento de investigação considera que a ameaça de grupos extremistas se estende a todas as 50 capitais dos estados norte-americanos e a Washington, DC, de 16 até 20 de janeiro, dia das cerimónias de tomada de posse de Biden e da vice-presidente Kamala Harris.
A ameaça de protestos estende-se ainda, a partir de 17 de janeiro, ao Capitólio, onde na semana passada uma invasão de apoiantes do presidente Donald Trump, para tentar travar a confirmação da eleição do democrata Joe Biden, fez cinco mortos e dezenas de feridos.
O teor do memorando, partilhado com forças de segurança em todo o país, foi confirmado à Associated Press por agentes do FBI.
Na semana passada, começaram a circular nas redes sociais novos apelos a protestos no dia 17 de janeiro e a presidente da câmara de Washington, Muriel Bowser, prolongou o estado de emergência até dia 20, para voltar a impor o recolher obrigatório, se for necessário.
O Pentágono foi criticado por ter tardado a enviar a Guarda Nacional no passado dia 6 de janeiro, durante a invasão do Capitólio.
Na segunda-feira, o Pentágono indicou ter autorizado o destacamento de 15 mil elementos da Guarda Nacional em Washington para evitar episódios de violência na investidura de Joe Biden. Perto de 6200 militares já estão presentes na capital federal e no fim de semana serão no total dez mil, disse aos jornalistas o general Daniel Hokanson.
“América Unida”. O tema da tomada de posse de Biden
O tema da cerimónia de tomada de posse do Presidente eleito é “América Unida“, lema que tem sido central no discurso do político, mas que ganhou mais peso após a invasão do Capitólio na semana passada.
A escolha foi avançada pelo comité responsável pela organização da cerimónia (agendada para dia 20 de janeiro em Washington) que explicou, em declarações à Associated Press, que o tema “reflete o início de uma nova jornada nacional que restaura a alma da América, une o país e cria um caminho para um futuro mais brilhante”.
Para reforçar este princípio de unidade nacional, o comité também anunciou que após ter sido oficialmente empossado como 46.º Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden e a vice-Presidente eleita, Kamala Harris, e os respetivos cônjuges irão depositar uma coroa de flores no Túmulo do Soldado Desconhecido no Cemitério Nacional de Arlington.
A esse momento irão juntar-se três ex-Presidentes norte-americanos, Barack Obama (democrata), George W. Bush (republicano) e Bill Clinton (democrata), bem como as respetivas mulheres, segundo adiantou o comité.
Será um dos primeiros atos oficiais de Joe Biden como Presidente norte-americano e pretende ser uma demonstração de bipartidarismo (republicanos e democratas), num momento em que os EUA estão a vivenciar um clima de uma profunda divisão nacional.
O lema da união foi central na campanha eleitoral presidencial de Biden desde o início e, depois de ter garantido a vitória nas eleições de novembro passado, o político democrata encarou a unificação do país como uma das suas principais prioridades enquanto Presidente.
Mas esta meta acabou por ganhar mais peso, e uma urgência redobrada, perante os acontecimentos ocorridos na semana passada no Capitólio, sede do Congresso norte-americano (sede do poder legislativo norte-americano), na capital federal, Washington.
Donald Trump já fez saber que não vai participar na cerimónia, atitude que Joe Biden classificou com “uma boa decisão“. Mike Pence e a sua mulher já confirmaram que tencionam comparecer na cerimónia.
Devido à sua idade, 96 anos, o ex-Presidente Jimmy Carter (democrata) será outra ausência na cerimónia de 20 de janeiro.
A cerimónia de tomada de posse de Joe Biden será obrigatoriamente condicionada pela atual pandemia da doença covid-19 e pelos consequentes constrangimentos. A cada quatro anos, centenas de milhares de pessoas convergem para a capital federal para assistir ao evento, mas este ano o acesso será limitado.
ZAP // Lusa