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Fawzi al Junaidi, o jovem que se tornou no símbolo dos protestos na Palestina

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A imagem de um jovem palestiniano de 16 anos com os olhos vendados e rodeado por mais de 20 polícias israelitas tornou-se viral nos últimos dias, provocando críticas sobre o uso de força excessiva por parte deste exército.

Fawzi al Junaidi é um jovem palestiniano de 16 anos como qualquer outro mas, nos últimos dias, converteu-se no símbolo das mais recentes manifestações na Cisjordânia contra o reconhecimento de Jerusalém, por parte dos EUA, como capital de Israel.

O jovem foi fotografado com os olhos vendados e rodeado por mais de 20 polícias israelitas na cidade de Hebrón, uma imagem que rapidamente se tornou viral e gerou críticas sobre o uso de força excessiva por parte destes militares.

Fawzi esteve detido durante três semanas e foi libertado, esta quarta-feira, graças à sua família que, apesar dos problemas económicos, decidiu avançar com o pagamento da fiança de dez mil shekels, cerca de 2.410 euros.

“Demos o que tínhamos e o resto foi-nos dado em forma de empréstimo pelos nossos leais amigos e irmãos”, conta o tio, Rashad al Junaidi, em entrevista à Al Jazeera.

As autoridades israelitas acusam o rapaz de lhes ter atirado pedras, algo que Fawzi nega repetidamente, afirmando que foi apanhado no meio da confusão dos protestos, numa zona onde caíam bombas de som e gás lacrimogéneo.

A 14 de janeiro, Fawzi al Junaidi vai ser presente a um juiz para ser julgado.

Na mesma entrevista, os familiares e advogados dizem que o menor tem um ombro deslocado e muitas contusões. Depois de ser libertado foi levado para um hospital, onde teve alta no dia seguinte e encontra-se agora em casa a recuperar.

“Vamos continuar a vigiá-lo, porque o seu estado de saúde é grave”, disse ainda o tio. “Graças a Deus, um herói é inquebrável”, acrescentou.

Os familiares asseguram que Fawzi não estava nos protestos e que foi apanhado no momento em que ia fazer compras, uma vez que é o principal responsável por uma família composta por nove pessoas. O pai tem uma lesão grave na perna e a mãe está a lutar contra uma doença terminal.

“Abusos que chegaram ao nível da tortura”

Arwa Hlehel, um dos advogados que representa o jovem, denuncia que os polícias lhe bateram no momento da detenção e que o colocaram numa banheira cheia de água fria. A advogada conta ainda que, da última vez que o visitou na prisão, o adolescente estava “muito chateado” porque não o deixavam ser visto por um médico.

“Praticamente, estamos a falar de abusos que alcançaram o nível de tortura, especialmente quando se trata de uma criança da sua idade”, diz a advogada, que trabalha com o Clube dos Prisioneiros Palestinianos e quer apresentar uma denúncia ao Relator Especial das Nações Unidas sobre o tratamento do exército israelita com menores.

Por sua vez, Farah Bayadsi, outro advogado do rapaz e que trabalha para a Defence for Children International – Palestine (DCIP), conta que a libertação só foi possível devido ao agravamento do seu estado de saúde, denunciando aquilo a que chama de uma “política obstrucionista israelita de negligência médica“.

Segundo a Al Jazeera, já morreram 15 palestinianos desde o início dos protestos e outras centenas de pessoas ficaram feridas ou foram detidas pelas autoridades israelitas.

Donald Trump anunciou a 6 de dezembro que os EUA reconheciam Jerusalém como capital de Israel e que vão transferir a sua embaixada de Telavive para essa cidade, contrariando a posição da ONU e dos países europeus, árabes e muçulmanos, assim como a linha diplomática seguida por Washington ao longo de décadas.

A questão de Jerusalém é uma das mais complicadas e delicadas do conflito israelo-palestiniano, um dos mais antigos do mundo.

Israel ocupa Jerusalém oriental desde 1967 e declarou, em 1980, toda a cidade como a sua capital indivisa. Os palestinianos querem fazer de Jerusalém oriental a capital de um desejado Estado palestiniano, coexistente em paz com Israel.

ZAP // RT

3 Comments

  1. o auto-proclamado povo de DEUS, diz tudo da boa (satânica) vontade desta corja que depois de invadir um país acha que lhe devem render vassalagem. só estão a dar razão aos nazis.

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