Familiares de duas vítimas mortais nos incêndios que deflagraram a semana passada perto de Atenas, na Grécia, entraram com uma ação contra as autoridades devido à forma como ocorreu a resposta ao desastre.
As famílias acusam as autoridades de homicídio por negligência e exposição criminosas de pessoas ao perigo, revela a revista Visão.
As vítimas em causa, duas professoras de 70 e 73 anos, ficaram presas pelas chamas quando tentavam fugir das suas casas em Neo Voutza, localidade vizinha de Mati, a área mais afetada pelos incêndios de 23 de julho e que fica a nordeste da capital grega.
Os seus corpos foram depois encontrados queimados um dia pós o incêndio a 400 metros das suas casas. Os familiares dizem que em altura nenhuma – antes ou depois das chamas chegarem à região -, houve indicações das autoridades em relação a rotas de fuga seguras, aponta o jornal Público.
Cerca de 90 pessoas morreram nos incêndios, que dizimou a área balnear de Mati, na península Ática, e que dista cerca de 30 quilómetros de Atenas. O número de desaparecidos ainda não é certo, mas as autoridades apontam para 25 pessoas.
O número exato de vítimas mortais ainda está por quantificar, e os médicos legistas trabalham para identificar os restos mortais das vítima.
No incêndio, considerado o mais mortífero na Europa desde 1900, a maioria das vítimas morreu devido às chamas, mas algumas pessoas perderam a vida no mar, quando tentavam fugir ao fogo.
O Supremo Tribunal da Grécia está ainda a investigar o caso, mas as autoridades já apontaram a existência de fortes indícios de mão criminosa.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, assumiu “a responsabilidade política pela tragédia” dos incêndios. “Não vamos tentar escapar das nossas responsabilidades”, garantiu.
ZAP // Lusa