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“Falso diagnóstico” de bicos de papagaio terá livrado Trump da guerra do Vietname

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Michael Reynolds / EPA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, terá escapado do serviço militar e da guerra do Vietname devido a um “falso diagnóstico” de osteófitos, patologia vulgarmente conhecida como “bicos de papagaio”. 

A informação é avançada nesta quarta-feira pelo New York Times, que cita Elysa Braunstein e Sharon Kessel, filhas do médico Larry Braunstein, que, segundo contaram ao jornal norte-americano, em 1968, fez, a título de “favor”, um falso diagnóstico ao atual Presidente dos Estados Unidos.

De acordo com as filhas de Braunstein, em troca, o seu pai recebeu acesso direto a Fred Trump, pai de Donald Trump e proprietário do prédio localizado em Queens onde funcionava o seu consultório. “Caso existissem alguma coisa errada no prédio, o meu pai ligava a Trump, que tratava do assunto imediatamente. Este foi o pequeno favor que recebeu”, revelou Elysa ao NYT.

O diário norte-americano não consegui encontrar documentação sobre a família do médico que comprou a clínica de Braustein ou dos Arquivos Nacionais para corroborar a versão das filhas de Larry Braunstein, que acabou por morrer em 2007.

O NYT nota que Trump teve direito a quatro adiamentos no alistamento enquanto estudava na Universidade de Fordham de Pensilvânia, embora tivesse sido considerado apto para o serviço militar em 1966.

Mais tarde, em 1968 foi medicamente desqualificado, de acordo com o registo do Arquivo Nacional citado pelo NYT. O livro não detalha, contudo, o motivo pelo qual Trump reprovou no exame. O serviço de seleção destruiu todos os registos médicos e arquivos individuais, depois de em 1973 os militares passarem a ser voluntários.

Durante a campanha presidencial, a equipa do Presidente dos Estados Unidos sustentou que Trump foi dispensado do serviço militar devido a problemas nos pés – o que vai ao encontro ao que é relatado pelo jornal norte-americano -, mas sem nunca apontar com clareza os motivos que deixaram Trump fora da guerra do Vietname. Em igual sentido, também Trump prestou poucas declarações sobre a natureza da sua doença

Elysa Braunstein, de 56 anos, e Sharon Kessel, de 43, revelaram ainda que o seu pai era democrata, tal como as próprias são, acrescentando que, inicialmente, o médico ficou orgulhoso por ajudar uma “pessoa famosa”, mas acabou depois por se cansar das excentricidades de Donald Trump. Ambas revelarem ainda não serem “fãs” de Donald Trump, escreve ainda o NYT.

“Uma carta muito contundente”

Em 2016, numa entrevista ao The Times, o atual chefe da Casa Branca disse que um médico forneceu “uma carta muito contundente”, na qual dava conta das esporas ósseas existentes nos seus calcanhares, que foi depois apresentada aos funcionários do recrutamento militar. O Presidente afirmou não se recordar do nome do médico em causa, não mencionando qualquer ligação entre o seu pai e o profissional de saúde.

O New York Times observa ainda que na década de 1960 havia muitas formas de evitar o serviço militar, especialmente para os filhos de famílias abastadas com importantes conexões, apesar de Trump sempre ter reiterado que  ninguém o ajudou.

“Na altura, eu não tinha poder”, disse o atual Presidente norte-americano ao biógrafo Michael D’Antonio numa entrevista em 2014. “O meu pai era um promotor de Brooklyn, nada era como é agora”, disse Trump.

ZAP //

5 Comments

  1. E lá tinha que vir o “Jew York Times” com alegações de outros “stein”…
    Q: “- We are saving Israel for last”. Espero bem que seja verdade

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