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Fábrica em Seia fechou após todos os trabalhadores rescindirem contrato

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marcel maia / Flickr

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Uma empresa metalúrgica de Loriga, no concelho de Seia, fechou as portas após os 32 trabalhadores terem rescindido os contratos devido a salários em atraso, disse esta quinta-feira à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia.

Segundo o autarca António Mendes, no dia 4 de Novembro, os operários da Metalúrgica Vaz Leal SA, fundada em meados do século passado, “rescindiram os contratos por terem dois meses [de salários] em atraso” relativos a Setembro e a Outubro.

“Os salários em atraso ainda não são muitos, mas parece que [os trabalhadores] também tinham metade de um subsídio em atraso e que havia uma promessa [da administração] de que a situação estaria regularizada no final de Outubro”, contou.

António Mendes referiu que a empresa trabalhava para clientes como a Siderurgia Nacional e as minas da Panasqueira e, por aquilo que sabe, “não tinha falta de encomendas”.

O autarca disse à Lusa que o fecho da fábrica é “uma facada” e é “péssimo” para a economia da vila de Loriga, com cerca de mil habitantes.

“Não são 32 pessoas [que perdem o sustento]. São 70 ou 80, porque há famílias que dependem de uma pessoa que ali trabalhava“, disse o presidente da Junta de Freguesia, indicando que os salários totais que auferiam “eram na casa dos 20 mil euros mensais“.

Apontou que naquela localidade da região da Serra da Estrela “não há alternativas de emprego” e os operários que ficaram sem trabalho têm idades entre os 40 e os 50 anos.

“Esta mão-de-obra é mais [ao nível] de torneiros e de serralheiros. Um ou outro ainda é capaz de conseguir novo emprego em Seia, mas para os restantes é difícil”, vaticina.

António Mendes ainda tem a esperança de a fábrica Metalúrgica Vaz Leal SA poder reabrir as portas “em breve”.

“Ainda temos um pouco de fé. Já houve vários contactos com a Câmara Municipal de Seia e pode ser que ainda se consiga alguma coisa”, concluiu o autarca.

A agência Lusa tentou contactar a administração da empresa, mas não foi possível até ao momento.

A Comissão Coordenadora Distrital da Guarda do Bloco de Esquerda (BE), em comunicado, já lamentou o encerramento da unidade fabril de Loriga.

O BE mostra-se solidário com os trabalhadores e refere que a decisão “é mais uma machadada” na região, que agrava a situação socioeconómica daquela vila do concelho de Seia e do distrito da Guarda.

/Lusa

2 Comments

  1. Gabo a atitude dos trabalhadores. Assim todos os que trabalham tivessem a mesma dignidade. Trabalhar para aquecer? Que trabalhem os patrões.

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