“Chuva de mísseis” russos. Explosões atingem Kiev de madrugada

Roman Pilipey / EPA

O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, disse que várias explosões foram sentidas esta madrugada na capital ucraniana.

As explosões terão ocorrido no distrito de Shevchenkivsky, onde os serviços de emergência foram resgatar e evacuar os moradores, avançou o autarca na plataforma Telegram.

Jornalistas da agência France Presse confirmaram pelo menos quatro explosões em Kiev, por volta das 06:30 de hoje (04:30 em Lisboa), meia hora após se terem ouvido sirenes antiaéreas na capital, que não era atingida pelos bombardeios russos há quase três semanas.

As explosões atingiram um complexo residencial perto do centro da cidade e causando um incêndio e uma nuvem de fumo. Não há até ao momento informações sobre eventuais vítimas.

Estas explosões ocorreram apesar de as forças russas se terem retirado da região próxima a Kiev, em maio, para concentrar a sua ofensiva no leste da Ucrânia.

Segundo revelou na rede social Telegram o presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, uma menina de sete anos foi resgatada com vida dos escombros de um prédio alvo dos bombardeamentos russos deste domingo no centro da cidade.

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As autoridades ucranianas avançaram ainda que as tropas russas “dispararam de forma massiva” contra Kharkiv durante a noite, segundo a agência de notícias ucraniana Ukrinform.

Moradores da segunda maior cidade da Ucrânia confirmaram várias explosões por volta das 23 horas de sábado (21 horas em Lisboa), bem como uma nova série de explosões a partir da meia-noite.

A Força Aérea da Ucrânia anunciou no sábado um “ataque russo maciço com mais de 50 mísseis de vários tipos disparados do ar, mar e terra”, sublinhando que os mísseis utilizados são “extremamente difíceis” de intercetar pelas defesas ucranianas.

“Chuva de mísseis”. Zelensky pede ao G7 mais apoio militar

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que irá pedir mais assistência militar na cimeira do G7, que começa hoje, perante o que chamou de “chuva de mísseis” russos.

No vídeo diário dirigido ao povo da Ucrânia, Zelensky disse que o país “precisa mais do que qualquer outro lugar do mundo” dos “sistemas modernos” de defesa militar que fazem parte dos arsenais de vários países ocidentais.

Segundo Zelensky, as tropas russas foram “forçadas a organizar uma chuva de mísseis” tendo como alvo “cidades de todo o país”, devido ao arrastar do conflito, que já dura cinco meses. O líder da Ucrânia admitiu que os ataques “criam uma pressão calculada nas emoções” da população.

“Esta é uma fase moralmente difícil da guerra. Sabemos que o inimigo não terá sucesso, entendemos que ainda podemos defender o nosso estado, mas não vemos os limites temporais”, disse.

Zelensky garantiu, ainda assim, que “nenhum míssil russo, nenhum ataque pode quebrar o espírito dos ucranianos”.

Cada um dos mísseis russos é um argumento” que a Ucrânia pode usar nas negociações com os aliados, defendeu o Presidente.

O líder ucraniano acrescentou que irá reiterar nas cimeiras do G7 e da NATO que os atuais pacotes de sanções contra a Rússia são insuficientes.

A cimeira do G7 arranca hoje e continua até terça-feira no Castelo d’Elmau, a cem quilómetros de distância de Munique, no sopé dos Alpes bávaros.

A reunião vai concluir com “um conjunto de propostas concretas para aumentar a pressão sobre a Federação Russa e mostrar um apoio coletivo à Ucrânia”, disse na quarta-feira um dirigente da Casa Branca.

Atingido centro de treino militar perto da fronteira polaca

A Rússia anunciou hoje ter atingido três centros de treino militar no norte e no oeste da Ucrânia, incluindo um perto da fronteira com a Polónia, em ataques realizados nas vésperas de uma cimeira da NATO.

O Ministério da Defesa russo referiu que os bombardeamentos foram realizados com “armas de alta precisão das forças aeroespaciais russas e mísseis Kalibr (cruzeiro)”, cita a agencia de notícias France-Presse.

Entre os alvos atingidos está um centro de treino militar para as forças ucranianas no distrito de Starytchi, na região de Levi, a cerca de 30 quilómetros da fronteira polaca.

No sábado, a Rússia disse que matou “até 80” combatentes polacos, num bombardeamento no leste da Ucrânia.

As autoridades russas removeram a bandeira da Polónia de um memorial erguido em memória de milhares de polacos massacrados pelos soviéticos. A decisão surge no auge das tensões entre Moscovo e Varsóvia desde o lançamento da ofensiva russa contra a Ucrânia, no final de fevereiro.

A Polónia, que forneceu armas à Ucrânia, é membro da NATO, que vai reunir-se em Espanha, de 28 a 30 de junho. A cimeira, que se realiza a 29 e 30 de junho na capital espanhola, vai contar com a participação da Austrália, Japão, Nova Zelândia e Coreia do Sul.

ZAP // Lusa

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