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“Exercício de poder político brutal”. Biden critica substituição no Supremo antes das presidenciais

DNCC / EPA

Joe Biden, candidato do Partido Democrata na corrida à Casa Branca

O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, afirmou hoje que substituir a juíza Ruth Bader Ginsburg no Supremo antes das eleições presidenciais é um “exercício de poder brutal” e apelou aos republicanos moderados para que respeitem as obrigações constitucionais.

No sábado, Biden já tinha defendido que deveria ser o próximo Presidente dos Estados Unidos, que será eleito a 3 de novembro, a escolher o substituto ou substituta de Ginsburg, que morreu na sexta-feira, no Supremo.

O desejo do Presidente Donald Trump de substituir a juíza antes das eleições presidenciais é “um exercício de poder político brutal”, afirmou Joe Biden, numa intervenção em Filadélfia, acrescentando ainda que esta “é uma questão de poder. Pura e simplesmente”.

“Se o Presidente Trump insiste em dar um nome, o Senado não deverá agir antes que os americanos possam escolher o seu próximo Presidente e o seu próximo Congresso”, prosseguiu o antigo vice-presidente de Barack Obama, que lidera as sondagens nacionais para a corrida à Casa Branca.

Num tom áspero, Joe Biden criticou também o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, depois de este ter anunciado “na hora do anúncio da morte” de “RBG”, como era conhecida Ruth Bader Ginsburg, que iria organizar a votação para a sua substituição e reforçar o conservadorismo no Supremo Tribunal.

O líder republicano tinha recusado a audiência de um juiz nomeado para o Supremo Tribunal, em 2016, nomeado pelo então presidente democrata Barack Obama, argumentando tratar-se de um ano eleitoral, “e muitos senadores republicanos concordaram”, acrescentou. Na altura, Obama estava a 9 meses do fim do mandato.

“Eles não podem mudar o seu caminho, quatro anos depois, só porque isso serve os seus interesses”, criticou assim Biden, dizendo que “não sou ingénuo, não estou a falar com o Presidente Trump, mas sim com um punhado de senadores republicanos que sabem no fundo o que é bom para o seu país”. O candidato democrata apelou ainda: “Respeitem as vossas obrigações constitucionais, sigam a vossa consciência”.

Ainda assim, Donald Trump revelou no comício da campanha eleitoral em Fayetteville, que na próxima semana irá nomear uma mulher para substituir a juíza do Supremo Tribunal Ruth Bader Ginsburg, que morreu na sexta-feira, aos 87 anos.

Trump já disse que vai nomear o sucessor de Ginsburg “sem demora”. Revelou ainda que a escolha está para breve e já deixa algumas dicas sobre quem será o escolhido. “Irei fazer uma nomeação na próxima semana. Penso que deverá ser uma mulher porque, na verdade, gosto muito mais das mulheres do que dos homens”, disse o presidente dos EUA.

De acordo com a Constituição norte-americana, o Presidente nomeia os juízes vitalícios para o Supremo Tribunal, e o Senado é responsável por confirmar a sua escolha.

O Partido Republicano tem 53 dos 100 eleitos, mas duas senadoras republicanas moderadas já anunciaram que não pretendem participar na votação antes da eleição, o que complica a equação para Donald Trump.

Na sequência da morte de Ginsburg, a mais alta instância judicial dos Estados Unidos integra oito juízes: três progressistas e cinco conservadores. A juíza do Supremo Tribunal dos Estados Unidos Ruth Bader Ginsburg morreu aos 87 anos de “complicações causadas por um cancro do pâncreas”.

ZAP // Lusa

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