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“Excesso de mortalidade”. Há mais de 70 anos que Portugal não tinha tantos mortos como em 2020

Ainda faltam mais de duas semanas para acabar o ano, mas 2020 já é o ano com maior número de óbitos em Portugal desde 1949.

Segundo a TSF, de 1 de janeiro a 10 de dezembro o Sistema de Informação dos Certificados de Óbito registou cerca de 115 mil mortes em Portugal, mais que em todo o ano passado e igualmente mais do que em qualquer ano, completo, desde 1949.

Os dados do sistema de vigilância da mortalidade da Direção-Geral da Saúde mostram três picos de mortalidade este ano, sendo que o primeiro se registou no início de abril, o segundo em julho e agora um terceiro que se prolonga desde o final de outubro até agora, com o agravamento da pandemia.

De acordo com o último balanço do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, consultado pela TSF, Portugal está com “excesso de mortalidade” há cinco semanas seguidas, desde 26 de outubro.

Tendo em conta os dados do sistema de informação da mortalidade da DGS, na comparação homóloga com 2019, até 10 de dezembro, os 115 mil óbitos contados até agora representam uma subida que ronda os 9%.

Este ano teve até agora mais cerca de nove mil mortos que em igual período de 2019 sendo que perto de 5 mil foram causados diretamente pela covid-19.

Ainda assim, há vários especialistas e estudos que associam a restante mortalidade a efeitos indiretos da pandemia, nomeadamente à redução ou limitação dos cuidados de saúde.

Apesar do fenómeno da pandemia ter acelerado o aumento do número de óbitos, esta tendência já se sentia nos últimos anos, algo que os especialistas associavam ao envelhecimento da população portuguesa que durante as últimas décadas beneficiou de subidas significativas da esperança média de vida.

Ana Alexandre Fernandes, presidente da Associação Portuguesa de Demografia, diz à TSF que 2020 vai ser, de facto, um ano fora do comum em termos de óbitos, mas isso não significa, provavelmente, que a covid-19 tenha provocado uma descida da esperança média de vida.

A especialista está convencida que a subida da mortalidade, em 2020, por causa da Covid-19, será uma subida abrupta mas pontual.

ZAP //

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