O antigo secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, e o administrador da REN, Manuel Sebastião, serão os próximos a ser ouvidos pelo juiz Carlos Alexandre e pelos procuradores do Ministério Público, no âmbito do processo EDP.
A notícia é avançada esta quarta-feira pelo Correio da Manhã, que recorda que no âmbito deste mesmo processo Carlos Alexandre suspendeu, esta semana, de funções António Mexia e Manso Neto, presidentes das Comissões Executivas da EDP e EDP Renováveis.
De acordo com a acusação do MP, Artur Trindade terá sido um dos quatro elementos corrompidos por António Mexia e João Manso Neto para beneficiar a EDP. O pai de Artur Trindade foi contratado pela EDP como consultor para as autarquias locais.
O antigo ministro da Economia Manuel Pinho, o administrador da REN João Conceição e antigo director-geral de Energia Miguel Barreto são os outros três que terão sido também corrompidos pelos mesmos responsáveis da EDP.
Já Manuel Sebastião, enquadra o mesmo matutino, foi nomeado por Manuel Pinho como presidente da Autoridade da Concorrência em 2009, cargo que exerceu até 2013.
No passado, Manuel Sebastião comprou uma casa por 300 mil euros à empresa Pilar Jardim, da qual Manuel Pinho e a mulher eram sócios em 2004.
O inquérito investiga os procedimentos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), tendo António Mexia e João Manso Neto sido constituídos arguidos em junho de 2017 por suspeitas de corrupção ativa e participação económica em negócio.
O processo das rendas excessivas da EDP está há oito anos a ser investigado pelo DCIAP.