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Ex-ministro da Saúde não considera “realista” uma vacina ainda este ano

Manuel de Almeida / Lusa

O antigo ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes não considera “realista” pensar-se numa vacina conta a covid-19 ainda neste ano e antevê uma situação completamente diferente no mundo na próxima primavera.

Em entrevista à Rádio Renascença, o antigo ministro do Governo de António Costa, antecessor de Marta Temido, diz não acreditar numa vacina a muito curto prazo, apesar das últimas notícias promissoras, e alerta para eventuais jogadas de marketing.

“Às vezes, vejo em relação às vacinas abordagens demasiado otimistas e um pouco especulativas. Não sabemos se com a intenção de falar mais para os mercados acionistas do que, propriamente, para a comunidade em geral, porque não me parece realista que consigamos ter uma vacina a curtíssimo prazo”, explicou.

Teremos, com certeza, daqui por um bom par de meses“.

Na mesma entrevista, o antigo governante antevê que, a partir da primavera, o mundo vá viver uma situação completamente diferente, “quer pela evolução da história natural da doença, que pelo que é a história natural das pandemias, quer pela chegada de vacinas”.

A posição de Adalberto Campos Fernandes surge poucos dias depois de a farmacêutica A Pfizer ter revelados que dados provisórios sobre a vacina contra o novo coronavírus indicam que pode ser eficaz em 90% dos casos e que este mês pedirá o uso em situações de emergência nos Estados Unidos.

O anúncio da passada segunda-feira não significa, contudo, que uma vacina está iminente.

A análise provisória, de um conselho independente de monitorização dos dados, verificou 94 infeções registadas até agora num estudo que envolveu quase 44.000 pessoas nos Estados Unidos e em cinco outros países. A Pfizer não forneceu mais detalhes sobre estes casos e alertou que a taxa de proteção inicial pode mudar até o final do estudo.

Apesar dos números promissores, o antigo governante acredita que os portugueses vão ter ainda “meses muito difíceis pela frente”, tal como escreveu na rede social Facebook.

“Sabíamos que, com um elevado grau de probabilidade, iríamos passar por 4-5 meses muito difíceis não apenas no plano sanitário mas também, como se está a ver agora com grande nitidez, no plano económico e social”, considerou.

ZAP //

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