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Europeias. Marisa Matias ataca Pedro Marques e precisa de “mais companhia”

O Bloco de Esquerda está de olhos postos nas eleições europeias. Na segunda-feira à noite, Marisa Matias entrou em campanha e atacou Pedro Marques. Já Catarina Martins pediu “mais companhia” para a eurodeputada.

“A Marisa Matias precisa de ter mais companhia com ela no Parlamento Europeu”, disse Catarina Martins no encerramento do primeiro dia das jornadas parlamentares do Bloco de Esquerda.

Foi uma espécie de conclusão para culminar os três discursos da noite. Além da líder do partido, discursaram Moisés Ferreira e Marisa Matias. Todos falaram da Europa e do investimento público com um alvo comum o Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, que tem sido apontado como o potencial “número um” do PS às europeias de maio.

O pretexto, explica o Observador, foi o anúncio feito por Pedro Marques e António Costa em Miranda do Corvo. Os governantes anunciaram a abertura de um concurso na ordem dos 25 milhões de euros para ligar Serpins, em Lousã, ao Alto de São João, nos arredores de Coimbra.

Em relação a este anúncio, a eurodeputada bloquista criticou o Ministro do Planeamento e das Infraestruturas por “não ter feito nada”.

“O Governo do PS e Pedro Marques em particular criticaram a direita por não ter feito rigorosamente nada durante quatro anos no ramal da Lousã. Mas Pedro Marques e o PS vão pelo mesmo caminho: não é a anunciar autocarros elétricos que se resolve o problema. Obviamente que é melhorzinho, mas nós queremos é investimento a sério”, disse.

“O que Pedro Marques e Costa nos dizem ao anunciar autocarros elétricos ao fim de 20 anos, e sabe-se lá para quando, é que as pessoas do ramal da Lousã podem ficar literalmente à espera do comboio na paragem do autocarro”, continuou.

Segundo Marisa Matias, o BE está disponível e pronto “para apresentar um plano económico que responda às reais necessidades das pessoas e do meio ambiente”.

“A alternativa para este país e para a União Europeia virá, seguramente, da esquerda, não virá nem da social-democracia, nem da direita e, muito menos, virá da extrema-direita. Precisamos de uma esquerda reforçada“, disse.

Em Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra, António Costa presidiu à cerimónia de lançamento da empreitada no canal do antigo ramal ferroviário entre Alto de São João (Coimbra) e Serpins (Lousã), que foi desativado em janeiro de 2010, no âmbito do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM).

Marisa Matias precisa de “mais companhia”

Moisés Ferreira, o deputado que foi eleito pelo distrito de Aveiro, onde decorrem as jornadas, lembrou que este ano estará politicamente marcado por eleições.

“Temos de perceber o que queremos para a Europa e levar as pessoas a escolher uma caminho de solidariedade e de emprego”, começou por referir. “Nas legislativas, temos de decidir o futuro comum que queremos para o nosso país”. Para ambas as eleições, defende, a solução ideal é o voto no Bloco de Esquerda. “Temos de juntar forças”.

Catarina Martins sublinhou a importância de se defender mais investimento público em Portugal. “Lembrem-se de que foi a Comissão Europeia que teve a teoria do diabo a que depois Passos Coelho deu voz”, afiançou, recordando que os destinos do país também passam por decisões tomadas em Bruxelas.

“Não esquecemos que os tratados europeus dizem coisa absurdas como a de limitar a contratação de enfermeiros porque o estado está pesado, embora se aceite a contratação de privados para suprir as necessidades criadas pela falta de enfermeiros”, exemplificou.

Foi no fim das três intervenções da noite que a líder bloquista fez o apelo: “A Marisa Matias é, toda ela, compromisso. Mas a Marisa Matias precisa de ter mais companhia com ela no Parlamento Europeu”, rematou Catarina Martins.

ZAP //

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