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Europeias. Berardo e Sócrates são “armas de arremesso” para atacar PS

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O empresário Joe Berardo e o ex-primeiro-ministro José Sócrates são temas já recorrentes na campanha eleitoral para o Parlamento Europeu que arrancou esta segunda-feira. PSD, CDS e PCP parecem já ter escolhido as suas “armas de arremesso” para atacar o PS. Afinal, e tal como vaticinou o candidato social-democrata, o adversário é António Costa.

Joe Berardo “não foi uma invenção de si próprio”, afirmou o cabeça de lista do PSD às europeias, Paulo Rangel, esta segunda-feira em Aveiro. O empresário, defende o social democrata, é antes fruto de uma conjuntura em que “havia um Governo que queria controlar a banca”, sustentou.

“Nós não queremos mais ‘Berardos’ em Portugal”, defendeu Rangel, que concorre pela terceira vez como número um do PSD ao Parlamento Europeu, depois de se ter estreado em 2009 e repetido o lugar em 2014 (PSD/CDS-PP).

No entender de Rangel, personalidades como o comendador Joe Berardo existiram em Portugal para que a Caixa Geral de Depósitos assaltasse o BCP, e a Caixa e o BCP ficassem nas mãos de gente próxima do Governo socialista de José Sócrates”.

Berardo não caiu do céu“, frisou, observa dando que o empresário “não é uma invenção de si próprio”. “[Berardo] é uma invenção de uma conjuntura político-económica em que havia um Governo que queria controlar a banca e o usou-o”, acusou.

“Agora dizem que é um produto tóxico, mas quando foi instrumental para tomar conta do BCP, o produto não era tóxico. Estava muito bem e nessa altura estavam ministros que ainda hoje estão no Governo de António Costa”, apontou.

Tal como refere o Diário de Notícias, o primeiro-ministro tem sido o “prato principal” na campanha de Rangel. Esta posição é inclusive assumida pelo próprio candidato do PSD, que tem acusado Pedro Marques, o cabeça de lista socialista, de ser um mero “candidato virtual” e de “fugir às ruas”. “O nosso adversário é António Costa”.

Ao centro, os argumentos repetem-se: banca, Joe Berardo e o “legado” de José Sócrates, que governou o país entre 2005 e 2011. O candidato do CDS, Nuno Melo, num discurso em Coimbra, devolveu ao PS e a António Costa a responsabilidade pela austeridade em Portugal, acusando os socialistas de não aprenderem com os erros do passado.

Para Nuno Melo, que volta a ser escolhida como o número um do CDS nas europeias, foram estes erros que levaram “o país à bancarrota” e à “intervenção da ‘troika'”, quando José Sócrates era ainda primeiro-ministro.

O eurodeputado questionou-se como é que os socialistas têm “o topete” de responsabilizar o CDS, que, com o PSD, governou o país de 2011 a 2015, sob a intervenção da ‘troika’, quando foi o executivo de direita que honrou “um compromisso deles”, e hoje “nem um obrigado são capazes de dizer”.

Em jeito de balanço à governação de António Costa, Nuno Melo deixou duras críticas e um alerta para o futuro. “Se nada for feito, infelizmente, o caminho poderá ser esse [o das dificuldades ou crise] e não tem a ver com o Diabo.

“Por alguma razão o doutor António Costa agora quer ir embora e sonha com um destino algures próximo de Bruxelas. Por alguma razão será”, afirmou, referindo-se às notícias que dão líder socialista português como potencial candidato a um cargo europeu. António Costa já desmentiu esta ambição. “Não sou candidato a nada a não ser às funções que exerço em Portugal”, afirmou o primeiro-ministro na semana passada.

Pedro Marques não tardou em responder aos ataques da direita, afirmando que as referências a José Sócrates são utilizadas quando as coisas estão “a correr mal”.

“Quando não tem mais nada para dizer, a direita diz ‘Sócrates’. É o habitual na direita. A direita, quando as coisas lhe estão a correr mal, diz a palavra ‘Sócrates’, eu tenho um orgulho enorme do meu trabalho em toda a minha vida política”, afirmou.

O “escândalo” e a “desfaçatez” de Berardo

À esquerda, coube ao líder dos comunistas, Jerónimo de Sousa, apontar Joe Berardo como um mau exemplo da governação socialista. A situação da banca também não escapou ao secretário-geral do PCP, que participo ontem num jantar em Lisboa.

“Camaradas, veja-se esse escândalo do Berardo e da sua desfaçatez, que mais não é do que a ponta do icebergue que esconde esse problema maior que mina a sociedade portuguesa e tem origem na promiscuidade entre poder político e poder económico, com o que significa de lastro para a corrupção e justificação para drenar milhares de milhões para a banca e seus negócios obscuros”, apontou Jerónimo de Sousa.

“Ouvimos muito falar em transparência. Andam aí a duvidar dos políticos e dos partidos. Se esses senhores da transparência estão tão empenhados, procurem aprofundar estes mecanismos, este negócio de milhares de milhões que são roubados ao nosso país e a outros, e travar esta corrupção e confusão entre poder político e poder económico. Querem transparência, combate à fraude e evasão fiscais, então vão lá ao sítio saber como isso se contraria, como se vence”, defendeu o líder do PCP.

O Bloco de Esquerda, por sua vez, não referiu José Sócrates nem Joe Berardo no arranque da campanha eleitoral, mas Marisa Matias, a candidata bloquista, deixou um aviso: se a campanha for marcada por ataques pessoas ou piadas, a abstenção vai aumentar.

“Acho que nós devíamos estar a discutir política. Por muito que não seja tão engraçadinho discutir política como fazer essas trocas de mensagens e essas acusações pessoais, não é através de ataques pessoais que nós vamos conseguir esclarecer seja o que for, prestar contas em relação seja a que for”, condenou.

Marisa Matias falava em Lisboa, onde questionada sobre a troca de acusações entre partidos nos últimos dias, concretamente em resposta ao secretário-geral do PS, António Costa, que criticou os “candidatos engraçadinhos” da direita.

As europeias são as eleições que têm cada vez menos participação. Em 2014, importa frisar, a abstenção subiu para um recorde de 66,2%. Este valor tem subido desde que se realizam eleições para o Parlamento Europeu. Em 1987, ano em que se realizam as primeiras eleições, a abstenção era de 27,6%.

As eleições europeias decorrem entre 23 e 26 de maio. Portugal vai às urnas dia 26.

SA, ZAP // Lusa

17 Comments

  1. Como se berardo estivesse apenas ligado ao ps!
    O socrates ainda vai servindo pois não têm mais nada!
    Enfim a habitual tristeza da direita, nada de novo!

    • Ó viajante, não viajes que o teu mal é sono. Berardo serviu para ajudar o PS e agora o indiano Costa já lhe chama nomes ? O PS quando está de gatas, é só tortas e aleijadas. Deve ser para tentar reconciliar-se com os ultra-radicais da geringonça. Isto deve o princípio do fim.

    • “O socrates ainda vai servindo pois não têm mais nada!”
      E acha pouco?! Se tudo o que por aí se diz do homem for verdadeiro, tivemos um primeiro-ministro a roubar tudo e mais alguma coisa durante 8 anos (enquanto primeiro-ministro porque há quem diga que já antes o fazia, enquanto pinóquio). Tudo em bom nome da governação

      E quanto a este governo:
      – Governo que mais familiares nomeou para cargos públicos e para o governo.
      – Governo que ficará sempre associado ao maior número de mortes em incêndios florestais com responsabilidade direta nesse triste cenário. Basta lembrar como é que os incompetentes da proteção civil foram nomeados.
      – Governo que procura ilegalmente abafar o roubo de armas. Foi de resto uma novela que ainda perdura e só dá vontade de rir.
      – Governo que aplicou a maior carga fiscal sobre a população portuguesa.
      – Governo que menos investimento público realizou.
      – Governo que se gaba de um triste crescimento económico (na Europa somos dos que menos crescem; e os nossos “adversários diretos” todos crescem mais.
      – Governo que promete e não cumpre (veja o que fez aos professores, embora neste caso ainda bem que o fez).

      Ainda quer mais ou já lhe chega?

      • E mais: governo que tem comboios parados e outros já largam motores na via férrea; governo que tem estradas esfarrapadas por todo o lado; governo que tem ambulâncias do SNS paradas; governo que tem centenas de viaturas das polícias avariadas e outras parecem cangalhos; governo que tem falta de funcionários por todo o lado (milhares); governo que tem centenas de máquinas hospitalares avariadas e/ou em estado de decadência; governo que em vez de reduzir (como prometeu) cada vez tem mais funcionários precários; governo que rouba anos de serviço aos seus servidores, para que não progridam na carreira; governo que recebe milhões e milhões de impostos (a maior receita de sempre) e não baixa impostos como se comprometeu, por exemplo, com o imposto (abusivo) sobre o gasóleo e gasolina, etc. etc. Em resumo, é este país de pantanas que hoje temos. Por este caminho não sei para onde vamos. Mas desta gente xuxa não esperamos muito, como aliás, já sabemos.

  2. Que idiotas estes tipos do PSD, a fazerem do povo parvo. Foram estes tipos, sob o guarda chuva de Cavaco Silva, que criaram o BPN com a intenção de lesar o estado e o povo português em muitos milhares de milhões de euros. Ao pé desta criação exclusiva do PSD, que inclui Cavaco Silva, Paulo Rangel, Luís Montenegro, Oliveira e Costa, Dias Loureiro, um tal Coimbra, Duarte Lima, etc, o Berardo é um principiante, que não passa, óbviamente de um vigarista que anda também a gozar connosco e deve ser responsabilizado e obrigado a pagar o que deve. Agora associarem o Berardo ao PS, só mesmo dos cretinos do PSD, que andaram a levar no pêlo a propósito da contagem de tempo dos professores. Andam aflitos, coitados.

    • Ó Cruz Alves você é que deve andar aflito. Berardo foi um servidor para o governo PS de Sócrates. Andaram de braço dado com ele, e Costa fazia parte do grupo. Agora, este já não o conhece, tem a lata de dizer que está chocado. Aonde chega a hipocrisia. Olhe, chocado devem estar milhões de portugueses, porque houve um primeiro ministro PS que meteu milhões e milhões ao bolso e não há meio de ir para a grelha.

  3. Agora já não o conhecem, com um sem futuro, outro no princípio do fim e outro ainda, enfim, nenhum contesta aquilo que afirmo acerca do PSD, Cavaco e quejandos. Aproveito para lhe dar uma dica: vá a uma galeria de fotos interessantes e encontra lá o Berardo de abraço com o Rui Rio, em grande e amena cavaqueira com a múmia Cavaco e sua dama, etc. Consulte. Terá muito com que se entreter e, se houve um primeiro ministro que embolsou, como diz, milhões de euros, cadeia com ele. Mas também com todos os outros que cito, que roubaram muito mais o povo português através do BPN e andam à solta. Coitado do Duarte Lima, é o único desta trupe que está “dentro” e mesmo assim perdoaram-lhe anos de cadeia. Haja juízo, maneiras, vergonha e algum pudor, já que não têm como contestar o que afirmo. Não sabem o que é uma carga fiscal e o que engloba, como não sabem mais nada. Torna-se difícil falar com ignorantes.

    • Não há pior cego do que aquele que não quer ver.
      Este PS dos arremessos e do controle socialista da Banca foi no que deu.
      No comunismo ao menos sabemos com o que se pode contar: ditadura de esquerda.
      Com este socialismo de complexo de esquerda (que passa por politicamente correcto) tudo vale para chegar ao comunismo por via de um totalitarismo de estado com nuances de liberalismo.
      Chegamos ao cumulo de ter uma ministra da saúde que se descontraí a ouvir a Internacional (hino da CGTP) e outra da cultura que se crê mais civilizada que outros.
      Enfim complexos que demonstram o cariz perigoso destes esquerdoides que não entendem o que é democracia se não for a deles.

      • Pois, isto é um governo com sinais de comunista. De forma algo camuflada Costa lá vai tomando medidas aqui e ali, de forma avulsa (para não dar no olho), mas que no somatório mostram uma estratégia para chegar ao comunismo. Aliás, quem sai aos seus não degenera: o pai de Costa era um acérrimo comunista. Reparem nas trocas que houveram na Saúde e na Cultura e a promoção do barbas Pedro (para o Equipamento e Infra-estruturas). Tudo gente á la comuna. Alguém que ponha a mão nisto, enquanto é tempo, porque de contrário podemos estar a caminho de um qualquer autoritarismo ou de um autoritarismo de novo cariz.

    • Sr. Cruz, tantas palavras para dizer zero. Está a comparar o ladrão-mor Sócrates, com quem ? Tenha juízo porque não sabe medir a gravidade de cada situação. Quanto à carga fiscal sei muito bem. Se o volume de impostos arrecadado é alto, porque o governo não alivia a carga fiscal dos portugueses ? Porque mantém, por exemplo, o imposto Centeno sobre os combustíveis, porque não baixa o valor da portagens ? E já agora, eu tenho uma fotografia com o Berardo, mas vou rasgá-la, porque alguém como o sr. pode-me chamar vigário!

  4. Quanto mais procura enterrar os outros, mais enterra o PS.
    ENTÃO O PATROCÍNIO E PROMOÇÃO DESTE SENHOR NÃO FOI COM A BÊNÇÃO DO SR. SÓCRATES?
    Ora pense antes de escrever…

  5. O Sr. Paulo Rangel que arranje um espelho!

    Há ladrões e menos ladrões?
    Há criminosos e menos criminosos?
    Quantos milhões se podem roubar para não se ser enquadrado nestas categorias?
    Depende do partido, não é Sr. Rangel?

  6. Como é que todos estes comentadeiros têm a memória tão curta para o que lhes interessa?
    Então as roubalheiras dos submarinos, BPN, Tecnofor, etc.?

  7. Que confusão!…
    Então o Berardo apoiou o Paulo Teixeira Pinto (casado com Paula Teixeira da Cruz, ex-ministra da Justiça do PSD – tudo gente ligada ao PSD), no “ataque” à liderança do BCP contra o Jardim Gonçalves e agora dizem que o Berardo tinha ligações ao Sócrates/PS?!
    Está boa!…

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