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Eurogrupo adicionou condições às propostas “insuficientes” de Atenas

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EU Council Eurozone / Flickr

O presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem,

O presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem,

Os ministros das Finanças da zona euro, reunidos entre sábado e hoje em Bruxelas para analisar a proposta de reformas apresentada pelo governo grego para garantir um terceiro resgate, concluíram que estas são “insuficientes” e adicionaram condições.

À saída da reunião do Eurogrupo, que terminou imediatamente antes do início de uma cimeira da zona euro, vários ministros deram conta do compromisso alcançado e que, segundo o ministro finlandês, Alexander Stubb, passam por um reforço das medidas exigidas a Atenas e que, assinalou, as autoridades gregas devem aprovar e começar a legislar na semana que agora começa.

A aprovação de medidas de austeridade e mais privatizações estão entre as condições acordadas pelos ministros das Finanças da zona euro para a reabertura de negociações para um terceiro resgate à Grécia.

Stubb afirmou ainda que foram acordadas as “condicionalidades” que a Grécia tem de levar a cabo para ter acesso a um novo pacote de ajuda financeira.

Isso passa, desde logo, por aprovar até 15 de julho (esta quarta-feira) legislação que execute as medidas de austeridade propostas aos credores, em troca de um empréstimo. Tal passará por legislação referente à subida do IVA, reforma das pensões, legislação laboral, entre outras.

Entre as outras condições que o Eurogrupo definiu, Stubb falou em “privatizações”. Passou, assim, para a cimeira da zona euro a proposta de criar um fundo com 50 mil milhões de euros em bens públicos, que poderá ficar sob administração europeia, que seriam usados para reembolsar parte da dívida do país.

Se os gregos aceitarem as condições propostas, a zona euro dará luz verde à abertura de negociações entre Atenas e os credores para um terceiro resgate, que poderá ir a cerca de 80 mil milhões de euros, sendo que uma parte significativa será para o sistema bancário do país.

Também à saída do Eurogrupo, o ministro das Finanças da Bélgica, Van Overtveldt, afirmou que os ministros acordaram “90%” e que agora os restantes 10% cabem aos chefes de Estado e de Governo dos 19 países da zona euro, reunidos na cimeira de emergência que começou esta tarde, logo a seguir ao fim do Eurogrupo.

Por seu lado, o comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, escreveu no Twitter que foram feitos “progressos” no Eurogrupo, mas que há “ainda alguma divergência”. “Os líderes da zona euro têm de encontrar os termos finais”, afirmou.

O parecer do Eurogrupo passa agora para a mesa dos chefes de Estado e de Governo da zona euro, que iniciaram pouco depois das 16h locais (15h de Lisboa) uma reunião apresentada como decisiva para o futuro da Grécia e da zona euro.

Portugal esteve representado no Eurogrupo pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque – que não prestou quaisquer declarações à imprensa desde a sua chegada a Bruxelas, no sábado, para dar a conhecer a posição de Portugal -, e, na cimeira do euro, pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

Tsipras acredita em acordo “se todas as partes quiserem”, Merkel diz que não “a qualquer preço”

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse hoje que acredita num acordo este domingo sobre um terceiro resgate ao país”, acrescentando que a Europa deve isso aos seus cidadãos.

Podemos chegar a acordo esta noite, se todas as partes o quiserem“, afirmou Tsipras à entrada para a cimeira da zona euro.

O chefe do Governo grego acrescentou que veio para esta reunião “pronto para outro compromisso” e considerou que os líderes europeus devem isso “aos povos europeus”, que “querem uma Europa unida, não uma Europa dividida”.

A chanceler alemã Angela Merkel, por outro lado, disse que não haverá um “acordo a qualquer preço” para um terceiro resgate à Grécia, na cimeira da zona euro.

À entrada para mais uma reunião de alto nível sobre a situação da Grécia, Merkel afirmou que, neste dossiê, a “moeda mais importante desapareceu” e que “essa é a “confiança”.

“Um acordo não acontecerá a qualquer preço”, afirmou a chefe do Governo alemão.

/Lusa

1 Comment

  1. Foram 6 meses a brincar aos toques na bola… A fuga de capitais e o dinheiro debaixo do colchão eram óbvios… Deixaram enrodilhar-se os gregos e os patós do eurogrupo.
    Como credor só emprestava mediante legislação com o crivo do parlamento e do constitucional, porque há esforço dos contribuintes dos 18 estados, não vá o diabo tecê-las!

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