EUA confirmam: Ucranianos mataram Daria Dugina. Mas o alvo era o “cérebro de Putin”

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Maxim Shipenkov / EPA

Os serviços de informações dos Estados Unidos (EUA) acreditam que os ucranianos são responsáveis pela morte da nacionalista russa Daria Dugina, que ocorreu em agosto, em Moscovo. Mas o alvo seria o seu pai, Alexander Dugin, ideólogo de extrema-direita apelidado de “cérebro de Putin”.

Embora a Ucrânia negue qualquer envolvimento no caso, informações recolhidas pelo Governo dos EUA indicam que o ataque terá sido autorizado por Kiev. Não foi possível apurar se o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estaria a par da operação, relatou o New York Times.

Os EUA temem que este tipo de operações com pouco valor militar, mas grande impacto simbólico, faça escalar o conflito e leve a assassinatos de políticos ucranianos. O jornal sublinhou que as fontes ouvidas sobre este tema garantem que a ação não era conhecida pelos EUA.

“Mais uma vez, sublinharei que qualquer assassinato durante a guerra num ou noutro país deve ter algum significado prático”, disse ao New York Times Mykhailo Podolyak, conselheiro ucraniano. “Deve cumprir algum objetivo específico, tático ou estratégico. Alguém como Dugina não é um alvo tático ou estratégico para a Ucrânia”, frisou.

Líder checheno promovido a coronel-general

O líder da República Russa da Chechénia, Ramzan Kadyrov, anunciou que foi promovido a coronel-general pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, numa altura em que as forças de Moscovo sofrem retrocessos na Ucrânia.

“O Presidente russo atribuiu-me a patente de coronel-general. O decreto foi publicado (…) Vladimir Vladimirovich informou-me pessoalmente disso e felicitou-me”, anunciou o líder checheno através do Telegram, citado pela agência AFP. Kadyrov mostrou-se “imensamente grato” pelo “elevado apreço pelos [seus] méritos”.

Segundo a agência, a patente de coronel-general é a terceira mais alta de comando na hierarquia militar russa, depois de general do exército e de marechal de campo. Kadyrov era já general das forças militares do interior, da polícia e da Guarda Nacional Chechena.

Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, Kadyrov, sobre quem recaem acusações de graves violações dos direitos humanos no país que lidera, tem estado muito ativo.

Na segunda-feira, anunciou que três dos seus filhos adolescentes vão lutar pela Ucrânia e apelou à utilização de “armas nucleares de baixo rendimento” pelas tropas russas para fazer face às dificuldades que enfrentam no terreno.

“Ser menor de idade não deve interferir com o treino dos defensores da nossa pátria. Os netos do Primeiro Presidente da República Chechena – o herói da Rússia Akhmat-Khadzhi Kadyrov -, Akhmat, Eli e Adam têm 16, 15 e 14 anos, respetivamente, mas o seu treino militar começou há muito tempo, quase desde tenra idade. Não estou a brincar”, escreveu Kadyrov no Telegram.

“Sempre pensei que a principal missão de um pai é ensinar o que é piedade aos filhos e ensiná-los a defender a família, o seu povo e o seu país. Quem quer a paz, prepara-se para a guerra!”, continuou.

Kadyrov criticou ainda outro coronel-general russo, Alexander Lapin, encarregado das operações em torno de Lyman, uma cidade recentemente retomada pelas forças ucranianas, a quem acusou de não ter conseguido fornecer “comunicações” e “munições necessárias” aos soldados empenhados na defesa da cidade.

ZAP //

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3 Comments

  1. Com “amigos” assim a Ucrânia nem precisa de inimigos! Serviços de informação dos EUA… Não era suposto não divulgarem dados desse jaez? E se ficassem caladinhos, em vez de lançarem mais achas para a fogueira? Na volta até foi o Putin quem mandou pôr a bomba (à semelhança do que tem feito aos oligarcas seus amigos) e deve estar agora a rir-se que nem um perdido com mais este tiro no pé dos “amigos americanos” da Ucrânia… Já se tinha vindo todo quando o Trump, à frente de toda a gente, desautorizara o FBI, dizendo acreditar na palavra de Putin de que não interferira nas eleições americanas de 2016, ao contrário de todas as evidências. Esta é mais uma calinada dos “grandes” EUA.

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