Rússia anuncia retirada de forças de posto estratégico em Lyman

Oleg Petrasyuk / EPA

O exército russo anunciou hoje a “retirada” da cidade de Lyman, um importante entroncamento ferroviário no leste da Ucrânia que soldados ucranianos dizem ter “cercado” nas últimas horas.

“Ameaçadas de cerco, as tropas aliadas foram retiradas de Lyman para posições mais favoráveis”, informou o Ministério da Defesa russo, em comunicado, referindo-se a um posto onde as forças controladas por Moscovo tinham posicionado cerca de 5.000 soldados.

Nas últimas horas, as forças ucranianas tinham anunciado a entrada em Lyman, na região de Donetsk, cuja anexação pela Rússia tinha sido celebrada na sexta-feira por Moscovo.

“Lyman é um posto importante, já que constitui o próximo passo para a libertação do Donbass. Esta é uma oportunidade para avançarmos para Kreminna e para Sievierodonetsk, pelo que se torna psicologicamente muito relevante”, admitiu Serhii Cherevatyi, porta-voz das forças ucranianas.

Lyman constitui um importante centro logístico, um relevante entroncamento ferroviário e um posto fundamental para a frente russa na Ucrânia.

A Ucrânia reivindicou hoje ter cercado milhares de soldados russos na zona da cidade de Lyman, na região de Donetsk, anexada pela Rússia, onde retomou o controlo de cinco aldeias.

“As forças russas estão cercadas em Lyman”, disse o porta-voz do exército ucraniano, Sergei Cherevatiy à televisão ucraniana, citado pela agência francesa AFP.

De acordo com o porta-voz, mais de 5.000 soldados russos tinham-se entrincheirado na cidade de Lyman e arredores nos últimos dias, mas o seu número poderá ter diminuído devido aos combates ocorridos desde então.

“Os soldados russos baseados em Lyman abordaram os seus superiores com um pedido de retirada, mas este foi rejeitado”, disse o porta-voz, segundo a agência espanhola EFE.

O governador da região vizinha de Lugansk, Serguei Gaidai, escreveu nas redes sociais que os soldados russos cercados têm como opções “fugir, morrer juntos ou render-se”, noticiou a AFP.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa, justificada pelo Presidente Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

ZAP // Lusa

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