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Coronavírus. EUA pedem mais transparência ao Governo chinês

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Jerome Favre / EPA

O secretário da Saúde dos EUA, Alex Azar, pediu hoje ao Governo chinês maior “transparência” na gestão da epidemia do novo coronavírus, que já provocou mais de cem mortes na China.

“Dissemos à China que mais cooperação e mais transparência são os passos mais importantes a dar para uma resposta eficaz”, disse Alex Azar, durante uma conferência de imprensa em Washington.

O responsável pelo departamento de Saúde norte-americano acrescentou que Pequim ainda não aceitou a chegada de equipas de especialistas dos EUA à China, ignorando um pedido que fora feito pela primeira vez no dia 6 de janeiro.

“Reiterei essa proposta quando falei com o ministro da Saúde chinês, na segunda-feira, repetindo um apelo lançado pela Organização Mundial de Saúde em Pequim”, afirmou Azar.

Há quatro dias, o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, tinha elogiado a “transparência da China” a lidar com o caso do coronavírus, usando a sua conta pessoal da rede social Twitter, garantindo que estava em “estreita comunicação” com as autoridades de Pequim.

A China elevou para 106 mortos e mais de 4.000 infetados o balanço do novo coronavírus detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

Quarto caso confirmado em França

Um turista chinês octogenário que se encontra “num estado clínico grave” é o quarto caso de contaminação pelo novo coronavírus confirmado em França, divulgou hoje o Diretor-geral de Saúde francês.

Numa conferência de imprensa, Jérôme Salomon precisou que o homem é oriundo da província de Hubei (centro da China), onde fica Wuhan, cidade com 11 milhões de habitantes onde o novo vírus foi identificado pela primeira vez.

Segundo o responsável, o octogenário apresentava sintomas graves, encontrando-se nos cuidados intensivos num hospital de Paris. As autoridades francesas estão a tentar localizar as pessoas que terão tido contacto com o turista chinês desde que este chegou a França.

Jérôme Salomon acrescentou que as autoridades estão a reforçar as medidas de vigilância a pessoas que chegaram recentemente da província epicentro do coronavírus.

Três outras pessoas já estavam hospitalizadas em França com o novo coronavírus (2019-nCoV) que provoca doença respiratória potencialmente grave, como a pneumonia. Os casos franceses foram os primeiros a serem relatados na Europa.

Temido garante que hospitais estão preparados

A ministra da Saúde, Marta Temido, assegurou hoje que os hospitais portugueses estão preparados para lidar com uma eventual epidemia de coronavírus e que a situação está a ser tratada de forma “tranquila, mas rigorosa”.

“Se houver alguma situação que ultrapasse aquilo que estamos agora a preparar temos dispositivos que nos permitem responder a todas as necessidades”, afirmou a ministra em declarações a jornalistas, em Sintra, à margem de uma reunião sobre os investimentos neste concelho na área da saúde.

“Temos acompanhado a evolução da situação com tranquilidade, mas com grande rigor e seguindo sempre com muito cuidado aquilo que são as diretrizes internacionais. Essa é a melhor forma de nos proteger a todos”, sublinhou.

Relativamente à retirada dos portugueses da cidade chinesa de Wuhan, onde teve origem o surto do novo vírus, que provoca pneumonias, Marta Temido explicou que aquilo que as autoridades farão à chegada “é a aplicação dos protocolos que estão definidos pela Organização Mundial de Saúde”.

“É necessário avaliar se as pessoas embarcam já num contexto de algum sintoma, se durante o voo acontece algum sintoma ou se à chegada há algum sintoma. Aquilo que iremos fazer a aplicação rigorosa dos protocolos”, reiterou.

O Governo português quer retirar por via aérea os portugueses retidos em Wuhan, cidade que, entretanto, foi colocada em quarentena.

Num comunicado dirigido aos cerca de 20 cidadãos nacionais que residem na cidade, a embaixada portuguesa esclareceu na segunda-feira que iniciou “de imediato todos os passos” para proceder à retirada, recorrendo a um avião civil fretado, que leve estes portugueses “diretamente para Portugal”.

ZAP // Lusa

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