Telefonar aos que “estão zangados” com o PS. A estratégia de Carneiro para as autárquicas

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Tiago Petinga / Lusa

O candidato à liderança do PS, José Luís Carneiro, disse na quarta-feira à noite nos Açores, que as eleições autárquicas são o momento para voltar a fazer do partido a “maior força política” do país.

“Nós estamos no momento em que temos de voltar a fazer do PS a maior força política no país. E não há melhor momento do que o momento das eleições autárquicas”, afirmou José Luís Carneiro em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, no discurso proferido num encontro com militantes, onde apresentou a candidatura a secretário-geral do PS.

O candidato único à liderança do PS pediu aos militantes que o escutavam “um especial compromisso”, apelando que telefonem e conversem com os seus conhecidos.

“Muitas das vezes há tanta coisa que ficou por dizer na nossa vida às pessoas, deixámos de conversar, deixamos falar uns com os outros, temos que pegar, fazer esse esforço, telefonar aos nossos camaradas, aos nossos simpatizantes, àqueles eleitores que já votaram em nós, mas que estão momentaneamente zangados connosco”, afirmou.

E prosseguiu: “Temos [de] ir ao seu encontro. E, se formos capazes de ir ao seu encontro, nós, de novo, voltaremos a reconstituir essa relação de confiança com o Partido Socialista”.

E antes de terminar a intervenção, lembrou o que dizia Ricardo Reis, um heterónimo de Fernando Pessoa: “Segue o teu caminho rega as tuas plantas, ama as tuas rosas”.

“É isso que o PS tem que fazer para voltar a merecer a confiança dos cidadãos”, afirmou o socialista.

Na sua intervenção, o candidato abordou vários aspetos que constam da sua moção e referiu assuntos relacionados com as regiões autónomas, particularmente com os Açores e assumiu dois compromissos.

O primeiro, o de contribuir, por intermédio do grupo parlamentar socialista na Assembleia da República, para uma nova Lei de Finanças Regionais “capaz de reforçar os meios e os recursos que consubstanciem uma autonomia mais qualificada” e que comporte “mais responsabilidade”.

O segundo compromisso prende-se com o facto de defender que os Açores “tenham uma palavra a dizer na gestão e na administração dos recursos do mar”.

Na sessão também discursou o líder do PS/Açores, Francisco César, que reafirmou compromissos do partido para com a região, nomeadamente pelo aprofundamento da autonomia e pela revisão da lei de bases do ordenamento do espaço marítimo.

César apontou que a Região Autónoma dos Açores tem “um problema de sustentabilidade das contas públicas” e disse que o secretário regional das Finanças do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM já admitiu “um plano de reequilíbrio financeiro”.

Falou também da empresa de aviação SATA, que “está a caminhar para uma situação de instabilidade”, recordando que o partido avisou para a situação e está disponível para “dar a mão do governo” para fazer “parte da solução”, se este assim o entender.

Por sua vez a secretária coordenadora do PS/Açores, Cristina Calisto, disse que José Luís Carneiro é “o líder certo” para o partido e considerou-o “um político de causas”.

O deputado José Luís Carneiro é candidato único às eleições diretas para secretário-geral do PS, marcadas para 27 e 28 deste mês, para escolher o sucessor de Pedro Nuno Santos, que se demitiu após o desaire nas legislativas.

// Lusa

3 Comments

  1. O Senhor Luís Carneiro ultimamente, em meu entender, só diz disparates. 1º- Se alguém usa algumas sugestões de outros partidos não é plágio, é bom senso! 2º Tem que apresentar algo ao povo que credibilize uma nova maneira de votar”! 3º O senhor nem nenhum partido é dono do povo! 4º A maioria dos parlamentares nunca deveriam de estar na AR! 5º Procure pessoas integras e não mande palpites absurdos! 6º Eu falei consigo em Baião, e quando ministro da Administração Interna fiquei com uma opinião que virou 180º depois de ouvir o que proferiu há poucos dias! Eu assumo o que digo, e vou assinar o que referi, e estou à sua disposição para falar sobre o que é necessário para este País, o Senhor é, sem ofensa, uma criança com a vivencia que tenho, de que recordo a minha saída em 10/10/1975 na manifestação do Porto com Mário Soares na questão do problema CICA/RASP.

  2. Depois de um palerma, agora o PS vai ter um lírico. Os zangados não deixam de o ser com apenas de um telefonema de escovice. O PS está de rastos (ainda hoje uma sondagem lhe dá apenas 17% de intenções de voto), por incompetência própria. A insatisfação popular com o partido não se elimina ou perdoa com um simples telefonema. Isso é lirismo puro. Pela amostra o PS vai continuar a penar. A mudança não representa um ganho significativo em termos de competência ou pragmatismo — apenas uma mudança de estilo, talvez de um inábil para um idealista. Isto é apenas um gesto de cosmética na tentativa de suavizar ou reverter a profunda insatisfação popular. Subsiste no partido uma crise de confiança profunda.

  3. Julgam-se senhores do País. Tanta arrogância no partido socialista. Um pouco de humildade não faz mal a ninguém. “ponham-se finos”!

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