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Depois da União Europeia, EUA anunciam medidas contra regime de Lukashenko

Toms Kalnins / EPA

Retratos de Roman Protasevich e Sofia Sapega durante um protesto em Minsk, Bielorrússia

Depois da União Europeia, é a vez dos Estados Unidos anunciarem medidas de represália ao sequestro do jornalista e ativista Roman Protasevich num voo da Ryanair. O país decidiu punir a Bielorrússia, anunciando que voltariam a impor sanções a nove das companhias estatais do país.

O Governo norte-americano anunciou, na sexta-feira, medidas contra o regime do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que foi recebido pelo homólogo russo, apesar do escândalo internacional causado pela intercetação de um avião europeu para deter um jornalista.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, pediu “uma investigação internacional credível” sobre o desvio de um avião da Ryanair que ligava Atenas a Vilnius, escoltado até Minsk por um avião bielorrusso, considerando que estes acontecimentos são “uma afronta direta aos padrões internacionais”.

Os Estados Unidos estão a preparar com a União Europeia “uma lista de sanções direcionadas contra membros-chave do regime de Lukashenko, associados às atuais violações dos direitos humanos e corrupção, à falsificação das eleições de 2020 e aos eventos de 23 de maio”, acrescentou a porta-voz.

O Departamento do Tesouro também está a trabalhar no desenvolvimento de sanções contra “elementos do regime de Lukashenko e a sua rede de apoio”.

Os Estados Unidos também aconselharam os seus cidadãos a evitarem viagens à Bielorrússia e a “tomarem precauções extremas”, caso considerem apanhar um avião que sobrevoe este país.

Washington confirmou a entrada em vigor, em 3 de junho, de sanções económicas contra nove empresas estatais bielorrussas.

Numa clara demonstração de apoio ao regime bielorrusso, o presidente russo, Vladimir Putin, recebeu Alexander Lukashenko na sexta-feira, na cidade balnear Sochi, junto ao Mar Negro.

Durante o encontro, Lukashenko acusou o Ocidente de tentar “desestabilizar” a situação no seu país e Putin congratulou-se com os “resultados concretos” da aproximação entre Moscovo e Minsk.

A Bielorrússia está submetida a intensa pressão internacional após ter desviado um avião da Ryanair, forçado a aterrar em Minsk em 23 de maio e que implicou a detenção do jornalista dissidente Roman Protasevich e da sua companheira, que seguiam a bordo.

Protasevich, 26 anos, cujo canal Nexta na rede social Telegram se tornou a principal fonte de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020, encontra-se detido em Minsk e já foi submetido a interrogatórios.

As presidenciais de 9 de agosto de 2020 na Bielorrússia deram a vitória a Lukashenko, com 80% dos votos, no poder há 26 anos, um escrutínio contestado pela oposição e que não é reconhecido pelos países ocidentais.

ZAP // Lusa

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