A pesquisa indica que o apoio dos amigos ajuda a prevenir o consumo de comida em excesso em momentos de stress.
Um estudo recente publicado na revista Nutrients oferece uma perspetiva inovadora sobre a luta contra o excesso de comida induzido pelo stress, revelando o papel fundamental do apoio social.
O estudo demonstra que os indivíduos que recebem apoio emocional de amigos tendem a apresentar níveis de stress mais baixos, optam por porções de comida mais pequenas e comem menos durante períodos de stress agudo.
Chamada “alimentação de conforto”, a ingestão excessiva de alimentos induzida pelo stress é um mecanismo comum de sobrevivência em que os indivíduos consomem quantidades excessivas de alimentos com elevado teor calórico, gordos ou açucarados para aliviar o sofrimento emocional. Embora possa proporcionar um alívio temporário, este comportamento está repleto de riscos para a saúde a longo prazo, incluindo obesidade, diabetes e doenças cardíacas.
Com o objetivo de descobrir estratégias eficazes para travar este padrão alimentar pouco saudável, os investigadores centraram-se no potencial preventivo do apoio social. Através de duas experiências abrangentes que envolveram mais de 270 jovens adultos, o estudo explorou a forma como o apoio de amigos e de estranhos afecta a tendência para comer em excesso em resposta ao stress.
Na primeira experiência, os participantes foram submetidos a uma tarefa de indução de stress, seguida de uma manipulação do apoio, em que alguns receberam conforto do seu melhor amigo, outros de um desconhecido e os restantes foram deixados à vontade para se auto-regularem ou não receberam instruções específicas.
Os resultados revelaram que os que foram confortados por amigos apresentaram níveis de stress significativamente mais baixos e escolheram porções mais pequenas de comida, o que sugere um efeito marcante do apoio amigável na resistência ao stress e no comportamento alimentar, aponta o Psy Post.
Para alargar a investigação, a segunda experiência avaliou não só as preferências em termos de porções de comida, mas também o consumo real de alimentos após a indução de stress. Mais uma vez, os indivíduos apoiados por amigos consumiram menos calorias, tanto de alimentos com alto teor calórico como de baixo teor calórico, evidenciando uma redução geral da necessidade de comer como resposta ao stress, em vez de uma mera mudança nas preferências alimentares.
No entanto, o facto de o estudo se ter centrado num grupo de participantes predominantemente jovens, em idade universitária e do sexo feminino indica a necessidade de mais investigações num espetro demográfico mais alargado para validar universalmente estas conclusões.