Estudantes desenvolveram filtro de baixo custo que remove o chumbo da água da torneira

A água da torneira contaminada com chumbo ainda é um problema em grande parte do mundo. Os filtros convencionais que eliminam o chumbo da água podem ser demasiado caros para a maioria da população.

Um novo filtro — barato — poderia ajudar, e foi concebido por um grupo de estudantes do ensino secundário.

De acordo com o NewAtlas, o projeto está a ser liderado por Rebecca Bushway, professora de ciências na Barrie Middle and Upper School, em Silver Spring, Maryland.

Os alunos apresentaram o seu trabalho na reunião da American Chemical Society (ACS), que se realizou entre os dias 20 e 24 de Março.

A motivação de Rebecca para avançar com o projeto foi o vídeo de uma mulher no Michigan, que abriu a torneira de casa, libertando um fluxo de água visivelmente castanho, com metais dissolvidos provenientes dos canos da sua casa.

A professora perguntou aos alunos da turma de química do liceu se podiam inventar um filtro, de baixo custo, que removesse o chumbo da água.

Na altura, os estudantes procederam à apresentação de desenhos e ideias para o dispositivo. Devido às restrições do COVID, a discussão decorreu online, a partir de casa.

Quando regressaram às aulas presenciais, na passada primavera, imprimiram em 3D um protótipo de plástico biodegradável.

O filtro produzido tem 76mm e parafusos na extremidade de uma torneira. Usa uma mistura de fosfato de cálcio e iodeto de potássio em pó, contida dentro de uma série de estruturas hexagonais através das quais a água desce em espiral.

À medida que a água com chumbo flui através do dispositivo, o chumbo liga-se ao fosfato de cálcio, resultando na formação de fosfato de chumbo, libertando cálcio.

Uma tela de nylon no fundo do filtro aprisiona o fosfato de chumbo, que é um sólido inativo. O cálcio, que é inofensivo para o consumo, passa através dele.

Uma vez consumido o fosfato de cálcio, o chumbo dissolvido na água reage com o iodeto de potássio, fazendo com que a água fique amarela. Este sinal — água amarelada — permite às pessoas perceberem que o filtro já não está a funcionar, e precisa de ser substituído.

Os projeto prevê uma futura versão do dispositivo com um espectrofotómetro em miniatura e um LED no fundo. Assim que o espectrofotómetro deteta a cor amarela — mesmo quando os níveis de chumbo são tão baixos que a cor não é detetável pelo olho humano — ativar o LED.

Espera-se que estes filtros possam ser vendidos por um preço abaixo de 1€.

“Em última análise, esta experiência mostrou aos estudantes que podem fazer a diferença para alguém, e há problemas que podem ser solucionados com a ciência”, disse a professora.

Inês Costa Macedo, ZAP //

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