Estado de emergência é uma “cortina de fumo” que só serve para “esconder falta de ação”

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GUE/NGL / Flickr

João Ferreira

João Ferreira, candidato presidencial do PCP, defende que a declaração do estado de emergência é inútil e constitui uma “cortina de fumo” para distrair do essencial, a “falta de atenção” na resposta à pandemia de covid-19.

“Dá ideia que há aqui algumas cortinas de fumo que se vão criando para esconder a falta de ação atempada naquilo que realmente se exige e que é necessário que pode fazer a diferença”, afirmou o eurodeputado comunista, em entrevista à Lusa.

Crítico do “adiar das respostas” do Governo do PS à pandemia, o candidato a Belém afirmou que “quase dá a ideia” de que é preciso lançar “algumas cortinas de fumo”, como “a discussão das aplicações (com a polémica com a app Stayaway Covid) ou os estados de emergência”, que “distraiam do essencial”.

E o essencial, afirmou, é “quando falham as medidas que são necessárias no Serviço Nacional de Saúde (SNS), a contratação de mais profissionais, o reforço de meios, o reforço das respostas não apenas ao covid, mas todas as outras situações” ou ainda “quando falha a contratação de profissionais noutros setores e noutros serviços, como o caso da educação”.

Outra falha apontada é quanto ao “investimento necessário nos transportes que permita que as pessoas não continuem a viajar atulhadas e algumas a ficarem atulhadas nas filas que se criam por causa dos controlos aos movimentos”.

O deputado ao Parlamento Europeu criticou alguma inutilidade da anterior declaração do estado de emergência, em março e abril, e alertou para alguns “efeitos perversos”, hoje e há sete meses, por exemplo, no exercício de direitos, liberdades e garantias, dando o exemplo de “abusos em inúmeras empresas” quanto aos seus trabalhadores.

Em março, “por responsabilidade ou por medo”, a população adotou o confinamento sem ser necessário o estado de emergência, argumentou João Ferreira.

Nas primeiras duas declarações de estado de emergência, em março e abril, o PCP absteve-se, mas na segunda renovação votou contra por considerar a medida “desnecessária e desproporcional”.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Não lê as notícias da Suécia e de outros países com comportamento semelhante. Daí, os Portugueses votarem cada vez menos no PCP.

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