Políticos dividem-se na reação às conclusões da 8.ª sessão da situação epidemiológica da covid-19 em Portugal. Marcelo e esquerda despreocupados, mas direita fala em “sinais errados”.
Políticos, epidemiologistas, técnicos e conselheiros de Estado reuniram-se, mais uma vez, para a oitava sessão no Infarmed, esta segunda-feira. As principais conclusões retiradas foram que Portugal registou um ligeiro aumento de novos casos no início de junho, embora o número de internamentos e mortes se mantenha estável.
Em relação à região de Lisboa e Vale do Tejo, os especialistas consideram que os surtos e os novos casos não estão diretamente relacionados com o comportamento da população, escreve o Público. A partilha de habitação, o uso de transportes públicos e uma estratégia de rastreio intensivo na região são as justificações dadas para o aumento dos novos casos.
As conclusões desta última sessão dividiram a esquerda e a direita política. Enquanto a esquerda concentra as suas atenções na exposição dos mais precários ao vírus, a direita recusa desvalorizar o crescimento dos números e critica “os sinais errados” dados pela realização de uma manifestação em Lisboa no sábado.
Depois da sessão, António Costa reuniu com os epidemiologistas em São Bento. O primeiro-ministro português precisou da ajuda dos especialistas para perceber como deve atuar na região de Lisboa e Vale do Tejo, nomeadamente em relação à retração de algumas medidas de desconfinamento.
De acordo com o Público, a solução deve passar agora por um acompanhamento mais próximo dos casos positivos, para se perceber em que condições estas pessoas fazem o seu confinamento.
A esquerda política considera que apesar do aumento do número de casos, a situação está controlada. Esta visão também é defendida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Por sua vez, a ala direita não parece satisfeita com as justificações dadas e não acredita que o aumento de casos na capital esteja relacionado com o aumento da testagem. “Os números agravaram-se e a razão continua para nós a ser desconhecida”, disse o vice-presidente do CDS, António Carlos Monteiro.
Coronavírus / Covid-19
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