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Engenheiros da Efacec entregaram os carros – mas vão lutar até ao fim

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(dr) efacec.pt

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Os 85 engenheiros da Efacec a quem a administração da empresa deu até esta quarta-feira para devolverem as viaturas que lhes estavam alocadas já entregaram os automóveis, mas “não se conformam” e prometem “lutar até às últimas consequências” pela reposição da situação.

“Os trabalhadores, não obstante a desconsideração da empresa ao tomar esta medida sem lhes dar qualquer explicação – o que, aliás, se mantém – resolveram ter uma reação pacífica e entregaram os carros”, afirmou à agência Lusa o advogado Dias Ferreira, que representa o grupo de 85 profissionais.

“Isto obviamente não significa que se conformam com essa medida, contra a qual vão lutar até às últimas consequências no sentido de a situação ser reposta de forma igual ou equivalente”, acrescentou o advogado.

De acordo com Dias Ferreira, não houve até hoje “nenhuma proposta ou contraproposta” por parte da administração da Efacec, desde há algum tempo controlada pela angolana Isabel dos Santos, pelo que, “face ao que se passar em concreto” nos próximos dias, os trabalhadores acordarão tomar “as devidas medidas”.

Tal como a agência Lusa noticiou no passado dia 16, os engenheiros queixosos estão a contestar a decisão da administração da Efacec de lhes retirar as viaturas, Via Verde e cartão para combustível, que consideram tratar-se de uma “redução ilegal de vencimento” que, consoante os casos, varia entre os 700 e os 900 euros.

“Estamos a falar no equivalente a um terço dos ordenados de mais de 120 pessoas“, disse à agência Lusa Feliciano Zeferino, engenheiro eletrotécnico que labora há 46 anos na empresa e se assumiu como porta-voz de um grupo de 85 profissionais, adstritos às instalações de Lisboa e do Porto da empresa, que se organizou para contestar a decisão.

Sustentando que “o carro faz parte do vencimento” daqueles trabalhadores desde que atingiram o grau 28 de progressão na carreira, “tal como a Via Verde e o plafond mensal de combustível para deslocações pessoais”, o engenheiro alega que é precisamente por isso que, “quando por razões profissionais é excedido em certos meses o plafond atribuído, esse dinheiro é integralmente devolvido” aos visados.

Contactada na altura pela agência Lusa, a administração da Efacec disse ter identificado “a necessidade de proceder a um conjunto de intervenções indispensáveis à otimização da produção industrial e atividade comercial da empresa, com vista à obtenção de ganhos efetivos de produtividade, competitividade e sustentabilidade”.

A administração assegura no entanto o respeito pelas “melhores práticas laborais e sociais”, tendo “as estruturas sindicais e todas as pessoas envolvidas” sido informadas “com a máxima antecedência possível”.

“Estas intervenções estão integradas nos programas de melhoria operacional de 2013 e 2016 que preveem medidas de redução de custos com fornecimentos, fundamentalmente de custos indiretos”, esclarece a administração da empresa, num comunicado enviado à Lusa.

O “ajustamento” em curso “da competitividade salarial dos seus colaboradores” está a ser feito “de acordo com as atuais condições do mercado de trabalho” e “também passa por aumentos salariais”, acrescenta o comunicado.

Para Feliciano Zeferino, esta é, contudo, a primeira “medida grave” para os trabalhadores desde a alteração da composição acionista da empresa, que a deixou a empresa sob controlo da filha do Presidente de Angola.

Considerando tratar-se de uma decisão “não só injusta e ilegal, mas também discricionária e discriminatória, uma vez que só está a ser imposta aos trabalhadores do grau 28” num contexto de mais de 2.000 funcionários, o engenheiro critica ainda o facto de ter sido apenas comunicada “verbalmente” aos visados.

“Não a aceitaremos, como é óbvio, e iremos lutar nos tribunais até às últimas consequências para sermos integralmente ressarcidos”, assegurou.

De acordo com Dias Ferreira, “se a Efacec não transformar esta retribuição em espécie numa retribuição pecuniária estará a incorrer numa ilegalidade, além de uma injustiça para com funcionários competentes com décadas de dedicação à casa”.

“Os trabalhadores têm alguma esperança de não terem que recorrer ao tribunal, mas também recorrerão se necessário for”, disse.

/Lusa

6 Comments

  1. Eu sempre trabalhei desde que me conheço e nunca tive carro de empresa se querem tanto ir de carro então que tal comprar um carrito e pagar do seu bolso ou então vá de transportes públicos que eu também vou

    • Desde que se conhece? Não me diga que começou a trabalhar desde que gatinhava? Realmente a inveja é lixada: “se eu não posso os outros também não”!

  2. E que tal fazerem queixa ao PCP e à CGTP sempre atentos aos interesses dos trabalhadores, pode ser que se disponibilizem para discutir o assunto com a camarada Isabel dos Santos, entretanto pela minha parte propunha esta senhora como administradora de todas as empresas estatais portuguesas para ver se era capaz de terminar com todas as mordomias de diretores e sindicalistas das mesmas.

    • Está enganado amigo.
      Ela agora, a avaliar pelos elogios dos representantes do CDS/PP E PSD que estiveram no congresso do pai da isabelinha,, já não pertence aos camaradas, pertence é aos direitalhas do Paulinho Irrevogável. Eh, eh,eh,eh…

  3. Os engenheiros electrotécnicos não têm problemas de empregabilidade, nem o sector onde eles trabalham está em crise, por isso… em vez de alimentarem a macaca deviam dar à sola. Juntam-se todos e fundam uma nova empresa ou vão todos para a concorrência.

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