O Exército australiano foi enviado ao nordeste do país para ajudar a população vítima de inundações excecionais, provocadas pela estação das monções.
Este ano, as chuvas estão mais intensas do que a média registada, em especial na cidade costeira de Townsville. Até mesmo crocodilos foram vistos em ruas submersas.
Os militares distribuíram 70 mil sacos de areia e usaram veículos anfíbios para resgatar moradores isolados em cima do telhado das suas casas, enquanto um dilúvio abatia sobre o estado de Queensland. No domingo, as autoridades foram obrigadas a abrir as válvulas contra as inundações, libertando um grande volume de água.
A região recebe em média dois mil milímetros de chuva por ano, mas algumas cidades podem ultrapassar esse limite em apenas algumas semanas. A Austrália viveu o mês de janeiro mais quente já registado, o que agravou a seca no interior do leste e do sul do país, e alimentou incêndios florestais.
“Nunca vimos tanta água na nossa vida“, declarou a jornalista Gabi Elgood, que trabalha numa rádio local. “Pensámos que não fosse possível cair mais água, mas a chuva não pára”, acrescentou. Em Townsville, vários carros ficaram totalmente submersos. Para os moradores sem energia elétrica, as inundações não são a única ameaça.
O “Townsville Bulletin” relatou que crocodilos marinhos foram observados nas ruas inundadas. Um crocodilo de três metros foi avistado pelos serviços de emergência da cidade no domingo à noite.
“Os crocodilos preferem águas mais calmas e podem movimentar-se em busca de um lugar tranquilo para esperar que as águas da inundação diminuam”, disse Enoch. “Crocodilos podem ser vistos a atravessar estradas e, quando as inundações recuarem, os crocodilos podem aparecer em lugares incomuns, como barragens de fazenda ou poças de água, onde nunca foram vistos antes.”
A agência australiana de Meteorologia alertou no último domingo sobre novas chuvas e o risco de tornados e ventos violentos nos próximos dias. Quase 20 mil casas podem ser inundadas se as chuvas continuarem.
Escolas e tribunais permaneceram fechados esta segunda-feira. Mais de 16 mil pessoas estão sem energia elétrica, afirma a porta-voz do grupo de distribuição elétrica Ergon Energy, Emma Oliveri. A principal artéria que liga o norte da Austrália ao restante da costa leste também está bloqueada, o que pode provocar a escassez de alimentos.