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Em Lisboa, PS não dá via verde a Moedas. Assembleia Municipal não é para ceder

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Rodrigo Antunes / Lusa

Carlos Moedas

As medidas do novo autarca da capital, Carlos Moedas, vão passar por um intenso escrutínio do PS, sendo analisadas “uma a uma”.

Em declarações ao Expresso, Duarte Cordeiro, presidente da Federação de Lisboa do PS, referiu que, apesar da maioria de esquerda, a intenção do PS é “não bloquear” o novo autarca. Em vez disso, o objetivo é “suavizar” a transição, o que não significa que algumas intenções de Carlos Moedas tenham o “não” socialista.

O semanário escreve que o primeiro sinal de tensão é a eleição do presidente da Assembleia Municipal (AM), uma vez que a cabeça de lista de Moedas, Isabel Galriça Neto, não ficará no cargo. “O PS tem mais deputados municipais e há uma maioria de esquerda da AM”, justificou Cordeiro.

O PSD e PS + Livre têm 17 deputados municipais cada, a que os socialistas juntam 13 juntas de freguesia, cujos presidentes são membros da AM, contra 10 laranjas (a outra é Carnide, da CDU). À esquerda, há mais 10 deputados, seis da CDU e quatro do BE, além de um do PAN. IL e Chega somam três cada.

Rosário Farm­house, cabeça de lista do PS, será a eleita.

A Assembleia Municipal pode não ser o único entrave, com algumas medidas inscritas no programa eleitoral de Moedas a poderem esbarrar nas linhas vermelhas da esquerda. “Vamos analisar as propostas uma a uma. Mas temos um programa para o qual fomos eleitos e um legado de políticas na cidade que vamos defender”, disse Cordeiro.

Rui Tavares, da coligação PS/Livre, acrescentou que “se espera da parte da direita e de Moedas o mesmo respeito” que Medina exprimiu na derrota. “Ainda não o vi explícito.”

Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, bateu o pé dizendo que o partido não fará acordos com a direita e que “existe uma maioria que pode travar retrocessos que a direita queira impor”. Já do lado do PCP, o partido está disponível – pelo menos, mais do que o Bloco.

A primeira prova de fogo será o Conselho Metropolitano de Lisboa, um encontro que serve para escolher o presidente da principal Área Metropolitana do país. Este cargo vai gerir os dinheiros da bazuca a aplicar nas autarquias.

Moedas vai querer cumprir a tradição, que dita que o autarca da capital fica à frente da AML, mas o PS tem a maioria das autarquias (10 de 18 são socialistas). No entanto, sozinhos, os socialistas não terão maioria de eleitores da AML.

O Expresso termina o artigo avisando que não é impossível uma coligação da associação das quatro câmaras da CDU, três do PSD e do independente Isaltino Morais em Oeiras, que juntos somam mais 36 mil eleitores.

ZAP //

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