A Comissão Europeia vai prolongar proteção temporária a ucranianos na UE e quer “os 27” a olhar para África como olharam para a Ucrânia. Na economia, a inflação continua a ser o grande desafio e ainda se vai demorar a resolver. Os “subsídios da China” para carros elétricos estão distorcer o mercado europeu.
Ursula von der Leyen disse, esta quarta-feira, que é necessário aproximar os 27 países da União Europeia (UE) de África.
Durante o debate sobre o Estado da União, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França, a presidente da Comissão Europeia defendeu que a UE tem de demonstrar a mesma unidade para combater a instabilidade geopolítica naquele continente que demonstrou com a Ucrânia.
Há bastante tempo que von der Leyen tem feito pressão para que a UE seja mais do que um bloco político-económico influente no território europeu e olhe para África – algo com o qual Portugal tem insistido.
Von der Leyen recordou que a região africana do Sahel assistiu, nos últimos dois anos, a uma série de golpes militares e é hoje uma das regiões geopoliticamente mais instáveis do planeta.
A presidente da Comissão alertou para a necessidade de o fazer o quanto antes, porque a Rússia está “em simultâneo a influenciar e a beneficiar do caos” em África, enquanto a região “se tornou um terreno fértil para o crescimento do terrorismo”.
Ucrânia é prioridade da UE
Naquele que é quarto e pode ser o último discurso de Ursula von der Leyen sobre o Estado da União, a Ucrânia foi o tema principal.
A Comissão Europeia anunciou que vai prolongar a proteção temporária de pessoas deslocadas pela guerra da Ucrânia causada pela invasão russa, adotada em março de 2022, garantindo apoio “o tempo que for necessário”.
“Quero dizer-lhes [aos ucranianos] que são tão bem-vindos agora como o eram naquelas fatídicas primeiras semanas”, referiu, classificando esta como a forma de “a Europa responder ao apelo da História”.
A invasão russa da Ucrânia levou ao afluxo de milhões de pessoas que procuraram refúgio na UE e nos países vizinhos, algumas das quais já regressaram ao país.
Ursula von der Leyen vincou: “O futuro da Ucrânia está na nossa União”.
A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a II Guerra Mundial (1939-1945).
Este discurso sobre o Estado da União, um exercício anual a marcar o início do ano legislativo, ocorre quatro anos após a eleição de Von der Leyen – que iniciou o seu primeiro mandato à frente do executivo comunitário em dezembro de 2019.
A menos de um ano das eleições europeias de 2024, marcadas para junho, a presidente da Comissão Europeia ainda não desfez o ‘tabu’ sobre querer continuar.
Fazendo um balanço sobre o seu mandato até agora, a responsável garantiu que com a sua equipa cumpriu “mais de 90% das orientações políticas” que apresentou em 2019, com apostas ‘verdes’, digitais e geopolíticas.
Elétricos chineses “distorcem” mercado europeu
Ursula von der Leyen anunciou a abertura de uma investigação contra subvenções para automóveis elétricos provenientes da China.
“Olhem para o setor dos veículos elétricos. É uma indústria crucial para uma economia ecológica, com um grande potencial para a Europa. Mas os mercados globais estão hoje inundados por carros elétricos chineses que são mais baratos. E os seus preços mantêm-se artificialmente baixos através de subvenções estatais gigantescas”, disse a presidente da Comissão.
Por isso, Von der Leyen anunciou que a Comissão vai abrir uma investigação contra essas subvenções, uma vez que os subsídios estão “distorcer” o mercado europeu.
“A Europa está aberta à competição, não a uma corrida para o fundo”, completou.
Inflação não tem fim (ainda) à vista
Quanto à inflação, a presidente da Comissão Europeia admitiu que a União Europeia está a passar por um “grande desafio económico”, que “levará algum tempo” a resolver, e anunciou um relatório sobre a competitividade europeia.
“Christine Lagarde [presidente] e o Banco Central Europeu [BCE] estão a trabalhar arduamente para manter a inflação sob controlo, [mas] sabemos que o regresso ao objetivo de médio prazo do BCE levará algum tempo”, disse Ursula von der Leyen.
A taxa de inflação tem vindo a baixar nos últimos meses após registar valores históricos devido à reabertura da economia pós-pandemia de covid-19, à crise energética e às consequências económicas da guerra na Ucrânia, mas ainda assim acima do objetivo de 2% fixado BCE para a estabilidade dos preços.
Para o atingir, o BCE tem apertado a política monetária com sucessivos aumentos das taxas de juro, agora a um ritmo mais lento.
Von der Leyen elencou “três grandes desafios económicos para a indústria no próximo ano”.
Em causa estão a “escassez de mão-de-obra e de competências, a inflação” e a necessidade de “facilitar a atividade das empresas”, num contexto de contido crescimento económico, de consequências da guerra na Ucrânia e de uma apertada política monetária que dificulta o acesso ao financiamento.
Tais desafios surgem, de acordo com a líder do executivo comunitário, numa altura em que também se pede à indústria que lidere a transição limpa, pelo que urge “olhar para o futuro” e definir a forma de a UE se manter competitiva.
ZAP // Lusa
Pura demagogia.
A UE não tem futuro; nunca teve — Ucrania é apenas algo para ludibriar; a guerra já poderia estar resolvida ou mesmo nunca ter existido.
Basta ver como a admin na Ucrania está a gastar os $$$ e €€€
Deixem-se de tretas, acabem com a guerra, foquem-se nos cidadãos e menos alarmisto com o clima.
A não ação em relação a estes tópicos ira continuar avançar com inflação. Simples!
Enquanto tivermos esta Ursa no Comando os Europeus cada vez ficaram piores, agora querem culpar os Chineses das mas Politicas que praticam.
Para encobrir as próprias fraquezas, nada melhor que encontrar desculpas. Enquanto a UE tiver este tipo de dirigentes subservientes, .incompetentes ou corruptos nada vai melhorar. Os países asiáticos eram maravilhosos enquanto forneciam mão de obra barata. Agora que começaram a defender os próprios interesses, e a concorrer com quem os explorou, já são alvos de abate. Ou seja, parece que as sacrossantas leis do mercado, deixam de ter valor, quando o resultado ameaça dar meia volta.
E é com boicotes e ameaças que o ocidente (ou os seus incompetentes dirigentes) respondem a esta nova realidade. A Europa precisa urgentemente de ser reestruturada, de políticos capazes, e muito diferentes desta mulher.