EDP faz novos contratos de três meses para poder rever mais vezes os preços

Empresa diz que contratos a três meses permitem “maior flexibilidade para, quando o mercado voltar a estabilizar, o preço poder ser revisto mais rapidamente”.

A EDP Comercial está a firmar contratos de três meses, renováveis por iguais períodos, com os clientes domésticos e pequenos negócios. Regra geral, os contratos têm a duração de um ano e podem ser renovados automaticamente. A empresa justifica esta opção com uma “maior flexibilidade para, quando o mercado voltar a estabilizar, o preço poder ser revisto rapidamente”, avançou ao jornal Público.

No entanto, tal opção não significa que os preços têm que ser revistos a cada três meses, com subidas ou descidas. Segundo a mesma fonte, no caso da eletricidade, a EDP Comercial, visa atualizar o preço dos contratos a partir de 1 de janeiro para valores que se traduzirão, em médio, num aumento aproximado de 3%. Ainda assim, a empresa considera que “pode manter” estas condições “ao longo do primeiro semestre do ano” e “garantir alguma estabilidade aos clientes”.

A EDP informou recentemente os clientes que o valor global da fatura inclui o novo preço final da energia que será fornecida, mas também “a melhor estimativa do custo do mecanismo ibérico que será repassado mensalmente a todos os clientes a partir de 1 de janeiro”. Como tal, a variação média de 3% “refere-se à variação média estimada para o período atualmente previsto em que vigorará o mecanismo ibérico”.

Neste âmbito, todos os clientes poderão ver nas suas faturas mensais o custo que pagarão por este mecanismo de ajuste tarifário, mas também o benefício que têm com a sua aplicação, a qual tem permitido a diminuição dos preços do mercado ibérico mais baixos que os de outros mercados europeus, colocando um travão ao custo do gás usado na produção elétrica.

Após ter anunciado para outubro uma subida de preços de mais de 100%, que se traduziu em aumentos médios na ordem dos 30 euros, no caso do gás natural, a EDP Comercial garante que não haverá mais aumentos a partir de 1 de janeiro para os clientes residenciais. Ainda assim, sempre que os preços voltem a ser atualizados, a alteração deverá ser comunicado com uma antecedência de 30 dias, com margem para os clientes decidirem se querem aceitar as novas condições ou trocar de fornecedor, sem penalização.

Os aumentos anunciados foram, precisamente, o que levaram o Governo a alterar a lei de modo a permitir às famílias o regresso à tarifa regulada, possibilidade que já existia para a eletricidade.

ZAP //

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